Caetano retorna a Porto Alegre para dois shows

Caetano retorna a Porto Alegre para dois shows

Cantor e compositor baiano de 80 anos se apresenta pela segunda vez na Capital em 2022

Correio do Povo

Caetano Veloso realiza shows hoje e amanhã, 21h, no Auditório Araújo Vianna

publicidade

Após lotar por três noites o Auditório Araújo Vianna em abril de 2022, o cantor, compositor, instrumentista, escritor e pensador Caetano Veloso, que completou 80 anos em 2022, volta a Porto Alegre com a turnê do seu disco mais recente, “Meu Coco”, de 2021, para mais duas noites de música. Para sábado, 17, 21h, não há mais ingressos, mas ainda é possível comprar tíquetes para hoje, às 21h, no Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685) pela plataforma Sympla. 

Sobre “Meu Coco”, Caetano disse que era uma necessidade premente, pois não lançava álbum com canções inéditas há nove anos. “No final de 2019, tive um desejo intenso de gravar coisas novas e minhas. Tudo partiu de uma batida no violão que me pareceu esboçar algo que (se eu realizasse como sonhava) soaria original a qualquer ouvido em qualquer lugar do mundo. 'Meu Coco', a canção, nasceu disso e, trazendo sobre o esboço rítmico uma melodia em que se resgata a escolha de nomes para mulheres brasileiras, cortava uma batida de samba em células simplificadas e duras”, conta o músico baiano.

Segundo ele, a esperança era achar timbres certos para fazer do riff sonhado uma novidade concreta. “Eu tinha a certeza de que a batida, seu som e sua função só se formatariam definitivamente se dançarinos do Balé Folclórico da Bahia criassem gestos sobre o que estava esboçado no violão. Com isso eu descobriria o timbre e o resto. Mas chegou 2020, o coronavírus ganhou nome de Covid-19 e eu fiquei preso no Rio, adiando a ida à Bahia para falar com os dançarinos. Passou-se mais de ano e eu, tendo composto canções que pareciam nascer de ‘Meu Coco’, precisei começar a gravar no estúdio caseiro”, explica, chamando Lucas Nunes para começar as gravações. 

“Começamos por ‘Meu Coco’, de que ‘Enzo Gabriel’ é uma espécie de península: seu tema (seu título) é o nome mais escolhido para registrar recém-nascidos brasileiros nos anos 2018 e 2019. À medida que vou fazendo novas canções, me prometo pesquisar a razão de, na minha geração e mesmo antes dela, nomes ingleses de presidentes americanos terem sido escolhidos por gente simples e pouco letrada, principalmente preta, para batizar seus filhos: Jefferson, Jackson, Washington - assim como Wellington, William, Hudson - eram os nomes preferidos dos pais negros e pobres brasileiros”, ressalta. 

Na digressão sobre a gênese do disco, “Anjos Tronchos” é posta como uma canção reflexiva que trata da onda tecnológica que nos deu laptops, smartphones e a Internet. O samba veio forte com “Sem Samba Não Dá”, que é uma base de samba tocada por Pretinho da Serrinha e a sanfona de Mestrinho, fazendo a fusão entre música sertaneja e samba tradicional. Assim como “Meu Coco” homenageia as Naras, Bethânias e Elis”, neste samba há a referência a nomes como Marília Mendonça e Gloria Groove.

Com a fadista Carminho, há o fado midatlântico “Você-Você”, que ganhou o bandolim intenso de Hamilton de Holanda. Há tantas lindas canções mas “GilGal” é hors concours. “Devo a faixa a meu filho Moreno: ele fez a batida de candomblé para eu pôr melodia e letra que já se esboçava mas que só ganhou forma sobre a percussão. E eu a canto com a extraordinariamente talentosa Dora Morelenbaum”, finaliza Caetano. 


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta segunda-feira, dia 29 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895