Canção dos Beatles gravada com IA será lançada este ano, anuncia Paul McCartney
O astro, que está prestes a completar 81 anos, também irá lançar livro que conta a história dos Beatles por meio de fotografias
publicidade
Em entrevista realizada a programa Today da BBC Radio 4, sobre o lançamento de seu novo livro "Eyes of the Storm" na manhã desta terça-feira, 13, Paul McCartney disse terem conseguido obter a voz de John Lennon por meio de Inteligência Artificial, e com isso, a vinda de um último disco dos Beatles estaria prevista para ainda esse ano. Paul não confirmou datas.
"Tudo isso é meio assustador, mas também animador porque é o futuro", diz McCartney durante conversa com a apresentadora do programa, Martha Kearney, ao abordar o uso de IA.
Ainda segundo o artista, os produtores utilizaram uma antiga gravação de John Lennon para extrair a sua voz. "Foi uma demo que John tinha na qual trabalhamos e acabamos de terminar. Será lançado este ano. Conseguimos pegar a voz do John e torná-la pura por meio dessa IA. Então poderíamos mixar o álbum como você faria normalmente", explicou.
Paul, que está prestes a completar 81 anos, tem se dedicado atualmente a divulgação de seu novo livro que conta a história dos Beatles por meio de fotografias. Em "1964: Eyes of the Storm - Fotografias e Reflexões de Paul McCartney", o ex-integrante do grupo apresenta 275 fotografias próprias realizadas nos bastidores do auge do grupo britânico.
Além do livro, as fotografias também ganham espaço em uma exposição no National Portrait Gallery, em Londres.
Fim dos Beatles
Seis meses depois do lançamento do álbum "Abbey Road" e um mês antes do lançamento de "Let it Be", os Beatles anunciaram, em abril de 1970, o fim da banda. Durante os dez anos de carreira, os Beatles alcançaram grande sucesso.
Durante os 10 anos de carreira, os Beatles, formados por Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr lançaram 14 álbuns de grande sucesso.
Apesar da morte de Lennon em 1980 e de Harrison em 2001, a "Beatlemania" continua muito forte em todo o mundo, e as possibilidades oferecidas pela IA já motivaram diversas tentativas dos fãs de reuni-los, ou de alterar os trabalhos mais recentes de McCartney com sua voz quando era jovem.
Fenômeno "muito interessante"
Ao ser questionado sobre tais iniciativas, McCartney revelou a preparação da nova canção, que não teve o nome divulgado.
De acordo com a BBC, a música "provavelmente" é uma composição de Lennon de 1978, com o título "Now and Then", que quase entrou em uma compilação de 1995.
A faixa estava em uma fita cassete com o título "Para Paul", gravada por Lennon pouco antes de ser assassinado em Nova York em 1980.
A entrada da IA na indústria da música apresenta muitos desafios financeiros e éticos. O procedimento é utilizado para recriar obras de músicos renomados. Com a tecnologia já foram criadas obras falsas de artistas como Eminem, Drake, The Weeknd ou Oasis.
Recentemente, o cantor britânico Sting afirmou que os artistas acabarão em uma "batalha para defender o capital humano contra a IA".
"Não acredito que possamos permitir que as máquinas assumam o controle. Temos que ser cautelosos", declarou o ex-vocalista do Police, de 71 anos. "Talvez funcione para a música eletrônica. Mas para as canções, que expressam emoções, não acredito que eu me emocionaria", acrescentou.
Já Paul McCartney considerou o fenômeno "muito interessante". "É algo que todos estamos assimilando no momento, tentando entender o que significa", comentou.
O artista, compositor de canções como "Yesterday", a música mais tocada nas rádios no século XX, mantém uma atividade intensa em sua carreira solo. No ano passado, pouco depois de completar 80 anos, ele foi o headliner mais velho da história do famoso festival inglês de Glastonbury.
No fim de junho, a National Portrait Gallery de Londres vai inaugurar uma exposição de 250 fotografias inéditas dos Beatles que "Sir Paul" fez entre os anos de 1963 e 1964.