Cannes exibe filmes brasileiros e recebe estrelas de "Asteroid City"

Cannes exibe filmes brasileiros e recebe estrelas de "Asteroid City"

"A Flor do Buriti", de João Salaviza e Renée Nader Messora, foi exibido na mostra Um Certo Olhar; já a mostra competitiva exibiu "Asteroid City", de Wes Anderson

AFP

Da esquerda para a direita: Steve Carell, Jake Ryan, Tom Hanks, Rita Wilson, Damien Bonnard, Hope Davis, Maya Hawke, Wes Anderson, Jason Schwartzman, Bryan Cranston, Adrien Brody, Jeffrey Wright e Stephen Park posam após a exibição do filme 'Asteroid City' durante a 76ª edição do Festival de Cinema de Cannes

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Dois filmes brasileiros foram exibidos nesta terça-feira, 23, em mostras paralelas do Festival de Cannes, enquanto, no tapete vermelho, todos os olhos se voltaram para o elenco de "Asteroid City", de Wes Anderson.

"Crowra / A Flor do Buriti", do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader Messora, que retrata a vida da tribo krahô e sua luta pela sobrevivência na aldeia Pedra Branca, em Tocantins, foi exibido na mostra Um Certo Olhar.

Na Semana da Crítica, a ítalo-brasileira Lillah Halla apresentou seu primeiro longa-metragem, "Levante", que mostra o dilema de "Sofia", jovem jogadora de vôlei que descobre que está grávida, em um país onde o aborto é ilegal.

Já a mostra competitiva exibiu "Asteroid City", novo filme do diretor americano Wes Anderson, cineasta que consegue atrair os principais astros de Hollywood para suas produções. Tom Hanks, Scarlett Johansson, Matt Dillon, Adrien Brody, Bryan Cranston e Maya Hawke desfilaram no tapete vermelho.

Como em outros filmes do cineasta, "Asteroid City" tem uma direção de arte cuidadosa, detalhista e repleta de cores, tão importante quanto a história do filme.

"Asteroid City" é sobre uma cidade fictícia no deserto, local de encontro de apaixonados pelo espaço, que competem para demonstrar seus conhecimentos e invenções.

O espectador passa das explicações (em preto e branco) de um apresentador a uma explosão de cores de flashes do próprio filme, em um experiência de "filme dentro de uma peça de teatro".

Anderson gosta de crianças inteligentes, que não conseguem evitar dividir seus conhecimentos com os outros, enquanto seus pais se olham.

É um diretor que costuma olhar para o passado, neste caso para uma América dos anos 1950, tomada por otimismo e música country, mas também assustada com a possibilidade do desembarque de extraterrestres.

Wes Anderson esteve pela primeira vez em Cannes em 2012, com "Moonrise Kingdom", e retornou em 2021, com "A Crônica Francesa".

Em 2014, o cineasta americano venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim, com "O Grande Hotel Budapeste". Em 2018, recebeu o Urso de Prata de melhor direção, também em Berlim, por "Ilha dos Cachorros".

Conversão forçada

O outro candidato da mostra competitiva nesta terça-feira é o italiano Marco Bellocchio, 83 anos, com "Rapito", baseado na história real de Edgardo Mortara, menino judeu de 6 anos sequestrado e convertido à força ao catolicismo no século XIX.

Bellocchio recebeu uma Palma de Ouro honorária em 2021 e é diretor de filmes como "O Traidor" e "Bom Dia, Noite".

O italiano já foi premiado duas vezes no Festival de Veneza (prêmio do júri da crítica internacional em 1967 e melhor roteiro em 2003). Também recebeu o Urso de Prata em Berlim por "A Condenação", em 1991.

Mais além do tom simpático de Anderson ou da denúncia social de Bellocchio, sempre há espaço em Cannes para o escândalo. Neste caso, envolvendo a série de TV "The Idol", com cenas de nudez explícitas da atriz Lily-Rose Depp (filha de Johnny Depp), em uma suposta crítica ao showbusiness. A série estreia em junho, na plataforma HBO.


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