Cantor Jão é um fenômeno de sofrência

Cantor Jão é um fenômeno de sofrência

Os ingressos para seus três shows no Espaço das Américas, de São Paulo, se esgotaram. Em Porto Alegre, seu show será no dia 13 de maio no Araújo Vianna

AE

Cantor Jão - João Vitor Romania Balbino, com "Pirata" fez quase 5 milhões de streamings, em apenas em 24 horas no Spotify

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Três shows que se esgotaram em pouco tempo no Espaço das Américas - considerada a maior casa de espetáculos de São Paulo, com capacidade para até 8 mil pessoas. Aposto que você chutaria que essas marcas são de um cantor com anos de carreira, mas João Vitor Romania Balbino, o Jão, tem apenas 27 anos e cinco de estrada. A demanda por apresentações na capital foi tão alta (ele se apresenta nos dias 14 e 27 deste mês, com ingressos esgotados) que duas novas datas foram adicionadas à turnê: 14 e 20 de agosto. Só há ingressos para o dia 20.

"Fiquei muito feliz. Estávamos com medo de abrir a primeira data e os ingressos se esgotaram em um dia e meio. Uma coisa surreal. Fiquei meio extasiado e surpreso com esse sucesso", disse o cantor ao Estadão. Natural de Américo Brasiliense (SP), Jão cresceu ouvindo Marisa Monte e Cazuza por influência de sua mãe, Catarina. Ele aprendeu a tocar instrumentos como flauta e teclado nas aulas de teatro da escola.

Apesar de ter começado a compor e produzir sozinho desde cedo, foi somente na época em que cursava Publicidade e Propaganda na Universidade de São Paulo (USP) que o jovem se arriscou a cantar em bares e karaokês por influência de amigos. "A minha criação foi livre, tranquila e sem cobranças, a não ser pelos estudos, o que eu acho corretíssimo. Meu pai só me disse para entregar um diploma e fazer o que eu quisesse. E eu entreguei o diploma para ele", conta.

Jão lançou os singles "Ressaca" e "Álcool" em outubro de 2017. Eram os primeiros passos dados na construção de um vínculo com uma legião de fãs que não para de crescer. "Minha relação com eles é honesta. Não tenho uma equipe que fica respondendo às minhas redes."

Atualmente, seu disco de estreia, "Lobos" (2018), soma mais de 355 milhões de streamings e serviu de base para a sua primeira turnê, que teve ingressos disputados por todo o Brasil. A "febre Jão" se estendeu com o lançamento-surpresa do seu segundo projeto de estúdio, anti-herói, no final de 2019. Considerado o suprassumo da sofrência por seus admiradores, o álbum também passou da marca de 100 milhões de reproduções na soma das 11 faixas, e ganhou uma versão ao vivo em 2020.

O mais recente, "Pirata", lançado em outubro de 2021, fez quase 5 milhões de streamings, apenas em 24 horas no Spotify e também já ultrapassou os 100 milhões, sendo o mais rápido do seu repertório a atingir a marca. No YouTube, seus videoclipes, sempre bem produzidos, já bateram mais de 400 milhões de visualizações.

Identificação

O cantor acredita que a transparência nas letras de suas músicas e a comunicação ativa com seus admiradores são o que torna a sua fanbase (conhecida como Lobos) tão forte e engajada. "Meus fãs são bem parecidos comigo. Não temos tempo para coisas fake, sabe? É óbvio que uma carreira na música pop está envolta em fantasia, a forma como um artista apresenta a vida é um espetáculo. A diferença é na minha forma de comunicar e de ser honesto com eles, com o que quero e com o que eu canto. Eles respeitam o meu limite."

O artista garante que sempre soube aonde queria chegar. "Nunca fui deslumbrado e sabia dos passos que tinha de dar para chegar aonde estou. Fiquei feliz quando fiz show para 50 pagantes, quando foram 100, 400 e por aí foi. De qualquer forma, sempre soube o que eu queria conquistar, porque é uma dose de sorte e também de bastante trabalho."

Perfeccionista, Jão pensa nos mínimos detalhes das suas apresentações. "Comecei a fazer shows com a ajuda dos meus amigos da faculdade, que continuam comigo até hoje. Faço a luz junto com eles, componho, opinamos sobre o palco, é um trabalho nosso", revela.

Hits

A atual música de trabalho de Jão se tornou o seu maior sucesso até agora. Idiota acumula 60 milhões de streamings na soma de números do Spotify e YouTube, mas antes de a música ser impulsionada organicamente por virais do aplicativo TikTok, ela quase não entrou para a mixagem final de Pirata.

"Eu a escrevi no meio de 2020 e sempre acreditei no refrão, mas ela estava estruturada de uma maneira completamente diferente e concordo com a crítica das pessoas que não apostaram nela, porque a demo era bem estranha", diz.

O cantor decidiu afinar a produção "no estilo de um pop-rock nostálgico dos anos 80". "Finalmente, todo mundo começou a amá-la. Idiota foi o último arquivo que eu mandei para a mixagem, pois fiquei muito tempo trabalhando nele."

A atual turnê deve ser estendida, repetindo datas em cidades que tiveram ingressos esgotados. Enquanto isso, Jão já trabalha em seu próximo lançamento: "Na metade do processo criativo de Pirata, já havia começado o meu quarto disco. Não quero demorar para lançar. Não gosto de ficar segurando as coisas por muito tempo, elas começam a perder o sentido".

Veremos o Jão mais experimental? "Sou apaixonado por sax, trombone e pelo trompete. Quero botar mais metais nas próximas músicas, quero imprimir mais nos meus discos o sentimento de uma banda tocando junto. Quero que meu novo som tenha um sentimento mais parecido com o que eu faço no palco. Sendo assim, a minha maior inspiração do momento é meu show."

Show em Porto Alegre 

O cantor Jão apresentará sua turnê "Pirata" em dois shows em Porto Alegre. A primeira apresentação, marcada para 13 de maio, às 21h, no Auditório Araújo Vianna, está com ingressos quase esgotados. Ele volta para um bis no dia 12 de agosto. Ingressos na plataforma Sympla.


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