Cantor R. Kelly é declarado culpado de pornografia infantil
A decisão foi anunciada após um mês de julgamento em sua cidade natal do músico, Chicago
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O cantor de R&B R. Kelly, que cumpre pena de 30 anos por crimes sexuais, foi declarado culpado de pornografia infantil na quarta-feira, 14, após um mês de julgamento em sua cidade natal, Chicago. Robert Sylvester Kelly, 55, foi condenado por três acusações de produção de pornografia infantil e outras três por atrair um menor para relações sexuais, informou o jornal Chicago Tribune.
Kelly, três vezes vencedor do Grammy, foi absolvido por um júri federal de outras sete acusações, incluindo a de obstrução da Justiça em um julgamento anterior, destacou o jornal.
Ele e dois ex-sócios eram acusados de obstruir um julgamento de pornografia infantil em 2008, no qual um júri o considerou inocente.
O ex-representante de Kelly Derrel McDavid e um antigo funcionário, Milton "June" Brown, também foram absolvidos das acusações de obstrução.
O júri, de 12 pessoas, levou cerca de 11 horas para chegar ao veredito, que poderia adicionar uma forte condenação à sentença de 30 anos de prisão que o cantor recebeu em Nova York em setembro por recrutar adolescentes e mulheres para praticar sexo. No caso de Nova York, o cantor de I Believe I Can Fly foi declarado culpado de oito acusações de tráfico sexual e uma de extorsão.
A condenação de R. Kelly naquela cidade, a primeira em um julgamento no qual a maioria das partes civis eram mulheres negras, foi considerada um ponto de virada no movimento #MeToo. Os debates lançaram luz sobre "o sistema" de R. Kelly para atrair jovens e estuprá-las com a cumplicidade de pessoas do seu entorno.
Muitas vítimas contaram que o conheceram em shows e que membros da equipe do artista lhes entregaram pedaços de papel com o contato do cantor, que também é processado em outros dois estados. Várias delas disseram que receberam a promessa de que Kelly poderia fazer decolar sua carreira musical.
O que realmente acontecia era que elas eram "doutrinadas" e forçadas a ter relações sexuais, mantidos em um "sistema sórdido, sob medidas coercitivas", segundo a acusação.