Caos da administração Trump impactou roteiro de "Homeland", afirma showrunner

Caos da administração Trump impactou roteiro de "Homeland", afirma showrunner

Alex Gansa disse ainda que os bastidores do mundo real são piores do que ele pode mostrar na série

Correio do Povo

Claire Danes é a grande estrela da série, que retorna em 11 de fevereiro

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A eleição do republicano Donald Trump e o primeiro ano conturbado de sua administração como presidente dos Estados Unidos serviram como inspiração para a sétima temporada de "Homeland", segundo o showrunner Alex Gansa. Em entrevista ao site Entertaiment Weekly, ele explicou que sua equipe de produção tem uma tradição: antes de começar a trabalhar em um novo roteiro, integrantes do time fazem uma viagem a Washington para conversar com insiders da agência de inteligência para ter uma sensação real de ameaças terroristas e aprender sobre procedimentos, tecnologia e informações que não podem ser mal apresentadas. Neste ano, o premiado roteirista garante que o que ele ouviu nos bastidores foi mais assustador do que qualquer coisa que poderia mostrar nas telas.

“Certamente, quando começamos a escrever a temporada, em maio, as coisas pareciam realmente fora de controle na Casa Branca. Talvez me acostumei com isso. Mas, no momento, as coisas pareciam tão anormais. Há agentes de inteligência que nos disseram que todas as manhãs pegam seus celulares para conferir se Seul, na Coreia do Sul, ainda está lá", disse, se referindo à situação nuclear com a Coreia do Norte. "Quando você enfrenta esse tipo de incerteza, é difícil paralelizar em nosso mundo. Eu me senti muito mais assustado no mundo real do que quando estava escrevendo", explicou.

"Estamos contando um pouco de uma história paralela ao que está acontecendo no mundo real", analisou Gansa. "Obviamente, a administração Trump é um pouco caótica e um pouco isolada e está enfrentando suas próprias dificuldades com a instituição de segurança nacional, que eles chamam de 'estado profundo'. Nossa administração, de Keene (na série, a presidente dos EUA é vivida por Elizabeth Marvel) está enfrentando as mesmas coisas, mas ao contrário: Trump é conservador, Keene é mais liberal, mas muitos dos problemas são os mesmos. Há um grau de paranoia dentro do Salão Oval. Há também um grande grau de verdade sobre as forças que enfrentam e o estabelecimento de segurança nacional comprometido com a política que atende à administração. É um confronto interessante de forças", ponderou.

Há influências de Trump em todo lugar, argumentou Gansa, ao mesmo tempo em que prega que "Homeland" ainda tem o objetivo de ser um suspense para entreter. "Sempre buscamos ser relevantes. Muitas das questões que trazemos nesta temporada, espero, têm alguma relevância para o mundo real. Mas nós somos ficção e a história que estamos falando tem mentiras dentro de nossa própria narrativa", comentou. Nos novos episódios, que estreiam a partir de 11 de fevereiro de 2018, não será abordada a questão Coréia do Norte, por exemplo. A temporada anterior, que encerrou sua produção pouco tempo depois que Trump tomou posse, acabou com muitos ganchos para o vindouro ano, que focará na relação de Carrie Mathison com a Chefe de Estado.

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