Super-heróis combatem o mau humor e viram estrelas em Olinda

Super-heróis combatem o mau humor e viram estrelas em Olinda

Bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça levou uma multidão ao Alto da Sé

Agência Brasil

Bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça levou uma multidão ao Alto da Sé

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Os super-heróis são as estrelas do bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça que desfilou neste domingo em Olinda. Fantasiados, os foliões fazem performances, são parados para tirar fotos e incorporam o personagem durante toda a festa. A concentração do bloco começou às 9h no Alto da Sé – local com vista para o mar, emoldurada por igrejas históricas e mirantes amplos. Apesar do tempo quente e do sol sem trégua, os foliões capricham nas fantasias e não economizam nos panos, máscaras e pinturas.

Os personagens da série americana Game of Thrones tiveram lugar na festa. Rafael Barreiros, de 32 anos, arte e educador conhecido como Gentileza, estava com a fantasia mais quente do grupo. Ele incorporou Jon Snow que usa uma capa grossa – no caso da fantasia, um tapete – e vestes para encarar o frio da região onde parte da ficção é ambientada.

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“Olinda não tem como viver sem estar no calor. Esse calor é, inclusive, combustível para essa folia toda”, diz. Para Rafael, incorporar o herói é o mais divertido do período carnavalesco. “É um momento de encanto. O carnaval de Olinda propicia isso, todo mundo assumindo diversos personagens e brincando disso. Essa é uma característica legal daqui e é muito divertido.”

Usando um macacão azul colado ao corpo e com o rosto pintado da mesma cor, lentes amarelas e cabelo ruivo bem penteado para trás, a veterinária Narayana Araújo, 40 anos, estreou no mundo das superproduções de personagens. Ela conta que demorou uma hora e meia para montar a personagem, mas diz que o esforço valeu a pena. “As pessoas interagem, as crianças apontam: olha, ela está pintada!”, ri.

Outros personagens eram menos conhecidos, mas como estavam muito bem-feitos, chamavam a atenção e acabavam divulgando o herói escolhido. Como o monstro do pântano, uma história em quadrinhos de autoria de Alan Moore, incorporado pelo promotor de Justiça Elder Ximenes, 46 anos, de Fortaleza. “É um dos personagens mais fascinantes e poéticos que existem”, justificou.

A esposa Alexssandra Ximenes, 46 anos, é a criadora da fantasia. Artista plástica, ela conta que levou um mês para produzir a roupa. “Todo ano a gente vem muito fantasiado. Esse ano decidi escolher uma roupa para não sofrer. Pesquisei histórias em quadrinhos e o monstro do pântano só tem a peruca. Aí escolhi a minha e fui fazer a dele. Me arrependi muito”, brinca. “Mas valeu super a pena. A gente vem pela brincadeira mesmo, para fazer a festa mais bonita.”

Por volta de meio-dia o bloco saiu, logo depois da esperada apresentação do Homem-Aranha em cima da caixa d’água. Ele desce de rapel, combate vilões e cai na folia. A pedido do público, este ano ele até trocou um beijinho com o Super-Homem.

Luta livre

No Alto da Sé, de manhã, quem fez sucesso foi o pessoal do bloco Mucha Lucha. O grupo monta um ringue de luta livre e faz uma performance no local, interagindo inclusive com outros heróis da Sala da Justiça. O povo assiste, torce e aplaude o espetáculo. Um dos momentos de empolgação foi o combate de um integrante do Mucha Lucha com Darth Vader, personagem do Star Wars – que acabou ganhando a disputa.

E se a luta é livre, o humor também. Os integrantes do bloco não saem do personagem nem para dar entrevista. “Dá mucho trabalho pero dá mucho dinheiro também, que a luta profissional és um grande negócio mundialmente”, brincou Eduardo Machado, 38 anos, quando perguntado sobre o trabalho de manter a interpretação e a energia durante tanto tempo.

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