Caroline Polachek transforma o desejo em uma odisseia em “Desire, I Want To Turn Into You”

Caroline Polachek transforma o desejo em uma odisseia em “Desire, I Want To Turn Into You”

O segundo álbum da cantora é um dos lançamentos mais aguardados de 2023

Correio do Povo

"Desire, I Want To Turn Into You" destaca o caráter inventivo e experimental da artista

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O grito da faixa de abertura “Welcome To My Island” é o convite para adentrarmos na odisseia guiada por Caroline Polachek em seu segundo álbum de estúdio. Com a temática que permeia as profundezas do desejo e do amor, “Desire, I Want To Turn Into You” se mostra como uma experiência transformadora e exploratória de uma artista que vive o seu ápice criativo. 

Não é novidade que Polachek conhece a forma de se fazer música pop — além de já ter integrado o duo Chairlift, ela já compôs para Beyoncé, Travis Scott e Solange, colaborou com Charli XCX e o coletivo de arte PC Music — e, agora, reafirma ainda mais a sua capacidade. Em 12 canções e 45 minutos, Caroline usa do seu conhecimento musical enciclopédico e de sua extensão vocal como um instrumento para reinventar o conceito de “pop perfection” em sonoridades e melodias que vão desde de gaitas de fole escocesas até levadas de guitarra flamenca.

Com produção da própria cantora em parceria com Danny L Harle, é criada uma atmosfera lírica direcionada para o mitológico ao mesmo tempo que apresenta contrastes que parecem simultaneamente antigos e futuristas — como é o caso do barroco glitchy de “Billions”, e na mistura das sonoridades eletrônicas com ruídos ambientais de floresta em “Bunny Is A Rider”.

Em “I Believe” — dedicada à artista Sophie, que faleceu em 2021 — Caroline se aprofunda nas ambiguidades do conceito de imortalidade. Outro destaque é a participação de Grimes e Dido na música “Fly To You”. 

“Desire, I Want To Turn Into You” parece coroar uma jornada solo que se iniciou com o aclamado álbum de estreia, “Pang” (2019). Aqui, Caroline Polachek faz o melodrama, antagonismo e performances fantasiosas alcançarem um nível até então inexplorado. 
O desejo, tão presente nas entranhas do álbum, é o ponto de vista de quem está apaixonado — e Caroline Polachek está apaixonada pelo desejo, e faz disso uma odisseia sonora estérea, densa e experimental.


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