Chega às telas o premiado "Babilônia"

Chega às telas o premiado "Babilônia"

Após receber Globo de Ouro e prêmio da crítica nos EUA, filme de Damien Chazelle estreia hoje

Marcos Santuario

Damien Chazelle apresenta seu ‘Babilônia’ como um passeio inicial pelo cinema na década de 1920

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Ao mesmo tempo em que Spielberg emociona com seu “Os Fabelmans”, trazendo o cinema e a arte de contar histórias nas telas em meio a sua vida, Damien Chazelle apresenta seu “Babilônia”, com um passeio pelo cinema dos anos 1920 em diante. A produção que estreia hoje nos cinemas já vem com prêmios na bagagem, recebidos nas recentes cerimônias do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards, o prêmio da crítica cinematográfica dos EUA. 

“Babilônia” é uma homenagem particular ao cinema que já começa festejado nas primeiras cenas do filme, mas que recebe densidade dramática, erótica e até escatológica, em meio a suas mais de três horas de duração. Há de se ter estômago, e também um amor especial pela sétima arte. A direção de Damien Chazelle já foi testada em seu oscarizado “La la Land” e surge agora mais potente no desafio de condensar, de forma atrativa em tempos de hipervelocidades midiáticas, décadas de vivências do cinema e sua transição do mudo para o falado.

Na tela, Brad Pitt empresta seu charme e seu nome para ser um dos principais fios condutores a contar a história desta enorme mudança, da passagem do cinema silencioso para o sonoro, tendo como grande marco o longa “O Cantor de Jazz”, lançado em 1927 pela Warner Bros., e estrelado por Al Jolson. 

O início da trama vai conduzindo a ascensão da aspirante a atriz, “tarja preta” Nellie LaRoy, vivida pela intensa Margot Robbie, e do produtor mexicano Manny/Manuel, interpretado por Diego Calva. Eles se cruzam no começo da produção e seguem até seus derradeiros finais. Em meio a isso, vivenciamos decadência do galã da era do cinema mudo Jack Conrad, interpretado por Pitt, e da atriz Lady Fay, com a potente Li Jun Li. No caso dela, parece ser sim uma referência a atriz Anna May Wong, falecida em 1961, e que foi a primeira sino-americana a filmar em Hollywood.

Outra inspiração parece vir com a presença do trompetista afro-americano Sidney Palmer, personagem vivido por Jovan Adepo, que nos remete a um Louis Armstrong. Na vida real, Armstrong apareceu frente às câmeras pela primeira vez em 1930. Cena genial é a dos bastidores do filme “Hollywood Revue”, de 1929, em que aparece a primeira encenação com o futuro clássico “Singin’in the Rain”.

Há algo de Baz Luhrmann mesclado com a intensidade de Paolo Sorrentino neste trabalho de Chazelle. E há destaque importantes na narrativa: mulher branca em ascensão, galã branco em decadência, surgimento do produtor latino, atriz asiática lésbica e músico afro-americano ganhando espaço. 

Damien Sayre Chazelle é um cineasta e roteirista norte-americano que começou carreira em 2009 com “Guy and Madeline on a Park Bench”, e teve seu primeiro destaque internacional em “Whiplash”, com cinco indicações ao Oscar 2015. Em 2016, estreou “La La Land”, escrito e realizado por ele mesmo, levando sete prêmios no Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Diretor. Passou para história como sendo o vencedor mais novo da história, até hoje.

Confira vídeo com comentários de Marcos Santuário: 


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