Cia. Ronald Radde estreia com o musical “Aladdin”

Cia. Ronald Radde estreia com o musical “Aladdin”

Espetáculo que traz visão humanizada do clássico marca a reabertura do Teatro do Museu do Trabalho e tem apresentações aos domingos

Vera Pinto

Vinicius Mello é Aladdin e Jennifer Franco, a Princesa Jasmin no musical infantil

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Karen Radde e Vinicius Mello estão à frente da Cia. Ronald Radde, nome dado à antiga Cia. Teatro Novo, que ao longo de 49 anos formou plateias e encantou o público, sob o comando de Ronald Radde, diretor e dramaturgo falecido em 2016. A sede será no Teatro do Museu do Trabalho (Andradas, 736), onde tudo começou e que estava  fechado desde 2019, sendo reaberto com a estreia de “Aladdin”, neste domingo, 16h, com sessão extra às 18h. A temporada seguirá até 23 de outubro, sempre aos domingos. 

No clássico, um jovem pobre descobre uma lâmpada mágica, com um gênio que pode lhe conceder desejos. Agora o rapaz quer conquistar a moça por quem se apaixonou, mas o que ele não sabe é que a jovem é uma princesa. Agora, com a ajuda do gênio, ele tenta se passar por um príncipe para conquistar o amor da moça e a confiança de seu pai. Dez personagens movimentam a trama com música autoral, figurinos coloridos, coreografias ao estilo Bollywood e efeitos especiais, como cenas de vôos. No elenco estão Jennifer Franco como a Princesa Jasmin; Evandro Soldatelli como o Gênio; Caio Prates no papel do Sultão; Adriano Cescani, no de Jafar; Yuri Niederaurer como o Guarda Rachid e o Tapete e também Manu Goulart, vivendo Abu. 

“Reza a lenda que a narrativa deriva de um conto chinês que foi parar nas histórias das ‘Mil e Uma Noites’ e se popularizou como lenda da cultura muçulmana. Fez fama nos estúdios Disney e no cinema, mas o q montamos tem muito a ver com a visão humanista, de Aladdin se relacionando com pessoas em condição de vulnerabilidade social”, afirma Vinicius, que interpreta o protagonista. Nesta versão, Abu não é um macaquinho e sim o irmão de Aladin, que tem o cuidado com uma criança  menor que ele. Em situação de desamparo, eles precisam sobreviver. “É o nosso legado, como entendemos que precisamos ser sensíveis, trazer modernidade e olhar para as pessoas invisíveis, que tem uma batalha diária muito grande”, continua o ator. 

A busca da liberdade é um dos motes presentes em três personagens. Jasmin é uma mulher que vive presa em um castelo e tudo que almeja é ir à feira, viajar, conhecer o mundo e ter amigos, mas seu pai a superprotege por medo, já que a mãe da jovem foi assassinada. Aladdin rouba para comer, luta por seus sonhos e quer melhorar de vida; e o Gênio é o mais poderoso de todos, quase um Deus, mas vive dentro de uma lâmpada e só pode sair cada vez que alguém mexe na lâmpada. “O foco é a liberdade de expressão e ação, para que possam ter suas vidas próprias e escolhas. É um pouco o que tá acontecendo com a gente: estamos nos libertando da Cia, Teatro Novo, e agora quero o meu grupo, sócio e atores. Falo no sentido de conquista, momento em que se encerra uma companhia, que nos deu frutos maravilhosos e agora iniciamos a nossa história, com a Cia. Ronald Radde, em homenagem ao pai. Fizemos questão de te-lo como mentor”, friza Karen. 

A inclusão sempre esteve presente na trajetória da Cia. Teatro Novo, e agora não é diferente. Em “A Dama e o Vagabundo” o tema era a proteção aos animais e um artista de circo que vivia na rua e trabalhava para dar o que comer aos animais. “Robin Hood” defendeu a distribuição de renda. Na época aconteceu de um menino ser morto poor estar olhando uma galinha. Na época falamos q tem crianças morrendo de fome. “Estamos o tempo todo tentando resgatar uma humanização e sensibilidade no exercicio da cidadania. É muito cruel a gente viver a vida cheia de regras q muitas vezes não sabermos quais são. Precisamos sentir algo de bom nessa luta diária e tentar sensibilizar e nos tornar permeáveis ao encontro com o outro”, declara Vinicius, que em “Robin Hood fazia o vilão, que não queria que as pessoas construíassem novas realidades, já que ele manipulava tudo mundo. 

Teatro do Museu do Trabalho
A escolha pelo Teatro do Museu do Trabalho é uma volta ao passado, já que o local foi a primeira sede da Cia. Teatro Novo, em 1986, antes de ir para a Sala Carmen Silva, do Teatro Novo DC Navegantes. “O mais curioso que, assim como o Radde, que ergueu tudo do zero, sem nenhum investimento público, seguimos os mesmos passos. Passos que não são fáceis, já que nós estamos colocando a mão na massa literalmente, erguendo o teatro, mexendo no cimento, pintando, com ajuda de amigos e atores da companhia. Há meses trabalhamos de domingo a domingo para deixar tudo pronto”, conta Vinicius. Para Karen, é um retorno que emociona. “Nestas paredes meu pai começou o sonho dele de fundar uma companhia que foi a mais antiga do Brasil em atividades ininterruptas. Agora, recomeço a minha história justamente onde tudo começou”, diz.

Em 2020, no auge da pandemia, as madeiras do palco do Teatro Novo, que formavam o palco do Teatro do Museu do Trabalho, tiveram de ser vendidas para o pagamento de dívidas feitas com as obras e com o espetáculo e que não puderam, na época, serem pagas devido a suspensão das atividades culturais por conta da Covid-19. Hoje, após as melhorias, o local recebeu cadeiras na plateia (antes era uma arquibancada) com 170 lugares, carpetes no piso, um camarim reformado e um palco novo. As sobras da madeira do palco do Teatro Novo, que não foram vendidas, foram usadas para formar a parede do palco.

A intenção dos gestores é transformar o espaço em um centro cultural, com oficinas voltadas a crianças e adolescentes, ensaios e projetos preferencialmente para adultos. Aberto desde já para locações, como já acontece com o grupo As Batucas, terá um dia dedicado à música, sob a coordenação de Marcelo Delacroix. Outra novidade é a retomada do tradicional projeto A Escola Vai ao Teatro, com apresentações voltadas a estudantes do ensino fundamental, a preços acessíveis, mediante agendamento. O contato para estas atividades é pelo fone (51) 98655-2104.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 
 

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