Cinemas venezuelanos reabrem após dez meses fechados pela pandemia

Cinemas venezuelanos reabrem após dez meses fechados pela pandemia

Os funcionários, com luvas, máscaras e escudos faciais, recebem o público, medindo a temperatura das pessoas com um termômetro digital e fornecendo loção antibacteriana

AFP

Depois de dez meses fechados, os cinemas na Venezuela reabriram parcialmente esta semana

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Scarlett está "feliz": finalmente vai assistir a um filme na telona. Depois de dez meses fechados por causa do novo coronavírus, os cinemas na Venezuela reabriram parcialmente esta semana, com público reduzido e uma modesta adesão.

"Tinham que ter feito isso muito antes", disse nesta quinta-feira (28) à AFP uma sorridente Scarlett Rodríguez, de 22 anos, dizendo-se "entusiasmada e feliz", a poucos metros da 'bonbonnière' de um cinema em Caracas.

Os funcionários, com luvas, máscaras e escudos faciais, recebem o público, medindo a temperatura das pessoas com um termômetro digital e fornecendo loção antibacteriana. O uso de máscaras é obrigatório, assim como respeitar o distanciamento social.

"A ocupação foi reduzida a 30% e para isso redesenhamos o plano de nossas bilheterias", explicou à AFP Andreína Madrid, gerente de marketing da rede Cines Unidos, uma das maiores do país, que abriu algumas salas nas principais cidades venezuelanas.

"Vendemos uma fileira sim e uma não", completa, em alusão à distância entre as cadeiras.

Além de terem sido afetadas pela covid-19, as opções de lazer na Venezuela foram reduzidas progressivamente, devido à recessão de sete anos e à hiperinflação galopante que corrói a renda dos venezuelanos.

"Precisamos nos distrair", justifica-se Edgar Flex, um comerciante de 41 anos, enquanto espera de pé sobre um adesivo no chão que marca mais de um metro de distância para comprar seus ingressos.

"A gente obedece", diz, a respeito das medidas de proteção. E "vamos aproveitar como estávamos acostumados antes!".

A oferta de filmes em cartaz é reduzida com o aguardado "Tenet", de Christopher Nolan e "Érase una vez en Venezuela, Congo Mirador", um documentário venezuelano que apostou no financiamento coletivo para conseguir garantir sua participação na corrida do Oscar.

O ingresso geral custa até 4 dólares, um luxo para muitas pessoas na Venezuela, onde o salário mínimo equivale a 1,3 dólar.

O presidente Nicolás Maduro aprovou na semana passada a reabertura, "programada e segura", de espaços culturais, inclusive cinemas.

A Venezuela adota um plano denominado "7+7", que alterna sete dias de "quarentena radical", quando todos os comércios são obrigados a fechar, exceto os setores prioritários, como de alimentação ou saúde, com sete de "flexibilização", que permitem a reativação das atividades.

No entanto, o o cumprimento da quarentena, em vigor desde março de 2020, é difícil neste país de 30 milhões de habitantes, onde oito em cada dez famílias não ganham o suficiente para comprar a cesta básica, segundo um estudo acadêmico.

Até esta quinta-feira, a Venezuela somava 125.364 contágios e 1.171 mortos, segundo cifras oficiais, contestadas por organizações como a Human Rights Watch.


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