CineOP 2023 festeja encontros, debates e cultura

CineOP 2023 festeja encontros, debates e cultura

A 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto celebrou a volta do Ministério da Cultura e de um vasto leque de políticas públicas anunciadas para os setores de preservação e educação audiovisual

Marcos Santuario

A 18a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto terminou na última segunda-feira, 26

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Ainda com reflexos dos debates, encontros e mostras de cinema realizados desde o último dia 21, a 18a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto terminou na última segunda-feira uma edição potente, aquecendo e movimentando a cidade histórica de Ouro Preto. Em meio a muitas atividades, centenas de turistas, profissionais do audiovisual, da educação e da preservação e imprensa em geral participaram da programação intensa e gratuita estruturada em três frentes temáticas: Preservação, História e Educação. Segundo os organizadores, mais de 20 mil pessoas foram beneficiadas nas ações presenciais e mais de 40 mil acessos vindos de 38 países registrados na programação online disponibilizada na plataforma cineop.com.br e mais de dois milhões de alcance nas redes sociais do evento.

“Encerramos a 18ª CineOP com muitos motivos para celebrar. Celebramos 18 anos da CineOP com sucesso de mais uma edição que só foi possível porque contamos com a participação de profissionais do audiovisual, da preservação e da educação, e do trabalho coletivo realizado por uma equipe muito competente. Foram fundamentais os apoios que tivemos como o da Prefeitura de Ouro Preto, da UFOP e do próprio público. Fundamentais também foram o patrocínio e a parceria de empresas e instituições que renovam o compromisso com a cultura”, comemorou emocionada a coordenadora geral da Mostra, Raquel Hallak.

Programação

O público pode desfrutar de mais de 30 sessões de cinema com exibição de filmes para todas as idades em dois cinemas instalados para atender o evento: o Cine-Praça, cinema ao ar livre na Praça Tiradentes com 500 lugares, e o Cine-Teatro no Centro de Convenções com capacidade para 510 pessoas. Foram exibidos 125 filmes em pré-estreias e mostras temáticas - (30 longas, 9 médias e 86 curtas-metragens), vindos de 5 países (Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, EUA) e de 14 estados brasileiros ( AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, PB, PR, RJ, RN, RS, SC, SP) distribuídos em nove mostras - Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Valores, Mostrinha e Cine-Escola.

No universo dos longas-metragens exibidos no Cine-Praça, ao ar livre, o destaque foi a exibição de “Toda Essa Água”, de Rodrigo de Oliveira, sobre parte importante da vida e da carreira do músico e compositor mineiro Lô Borges; “Confissões de um Sofedor”, de Alfredo Manevy, sobre vida e obra do artista nascido no Rio Grande do Sul, Lupicínio Rodrigues; e “Diálogos com Ruth de Souza”, da realizadora Juliana Vicente, sobre a artista brasileira e sua trajetória.

Em 2022, a CineOP festejou o ano do retorno ao presencial e da retomada dos encontros, e já em 2023 a celebração maior foi a volta do Ministério da Cultura e de um vasto leque de políticas públicas anunciadas para os setores de preservação e educação audiovisual. Sete anos após o lançamento do Plano Nacional de Preservação Audiovisual, a 18ª CineOP foi palco de intensas reuniões e encontros do setor da preservação e do audiovisual visando a atualização do Plano de Preservação numa construção coletiva que tornou possível a entrega oficial ao Ministério da Cultura/Secretaria do Audiovisual, no encerramento do evento. “Esta entrega representa um marco histórico para a CineOP, enquanto Fórum eleito para ações, diretrizes e encaminhamentos no campo da preservação e também para o setor da preservação que anseia e trabalha para que a preservação tenha uma Política de Estado representativa do setor”, destacou Raquel.

A passagem pela CineOP da secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, e da diretora de Preservação e Difusão Audiovisual da Sav, Daniela Fernandes,  garantiu uma interlocução direta com o setor e a explicitação de suas necessidades. A secretária de Audiovisual fez dois anúncios fundamentais durante a CineOP. Um foi a volta da revista Filme Cultura, que vai ser retomada a partir da edição 64 com textos de temática LGBTQIA+, prevista para o segundo semestre.

Outra novidade, aguardada pelo setor de memória audiovisual há muito tempo, é a presença de um representante da preservação no Conselho Superior de Cinema. A definição do nome, que será chave no encaminhamento de políticas na área dentro do governo federal, vai vir de uma lista tríplice a ser apresentada ao MinC. Também citada por Joelma Gonzaga é a criação de uma diretoria de Preservação e Difusão Audiovisual, algo também muito reivindicado pelo setor.

Homenagem

O homenageado especial da edição da CIneOP 2023, Tony Tornado, emocionou-se e contagiou os públicos presentes. “Eu sou artista, né, o artista não sabe parar, ele vive numa montanha-russa, mas é isso que a gente faz mesmo”, disse. Tornado esteve representado nas telas da CineOP por um dos clássicos do cinema brasileiro, “Quilombo” (Carlos Diegues, 1984), no qual interpreta o mítico personagem Ganga Zumba.

Outros títulos exibidos no recorte histórico da Mostra, como “Alma no Olho” (Zózimo Bulbul, 1974) e “Uma Nêga Chamada Tereza” (Fernando Coni Campos, 1973), além dos contemporâneos “Diálogos dom Ruth de Souza” (Juliana Vicente, 2022) e “Baile Soul” (Cavi Borges, 2023), e mesmo o “case” de restauração de “A Rainha Diaba” (Antônio Carlos da Fontoura, 1974), fizeram aparecer as relações levantadas pela curadoria entre a vivência preta no Brasil e seu caldo cultural ascendendo como criação e expressão ao longo das décadas.


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