Coletivo Muanes Dançateatro estreia “Mask”

Coletivo Muanes Dançateatro estreia “Mask”

Espetáculo de dança afro ameríndia contemporânea sobre máscaras em metáforas estreia no YouTube.

Correio do Povo

No trabalho coreográfico, o corpo dança envolto à sua máscara para encontrar um eco particular, um contexto repleto de vivências e memórias.

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Neste sábado, às 20h, no YouTube, o Coletivo Muanes Dançateatro estreia “Mask”, um espetáculo de dança afro ameríndia contemporânea que apresenta encontros das máscaras humanas. Amarradas por uma dança de eficiente corporeidade e temas que se inter-relacionam no amor, sexualidade, vida, relações de poder e afetos nas fronteiras onde se negocia visibilidade e invisibilidade, o espetáculo gravado no Teatro Cacilda Becker (Rio de Janeiro) é dirigido por Denise Zenicola, que capitaneia o grupo de três bailarinas negras e uma ameríndia (indígena norte-americana),  com idade entre 20 e 52 anos. 

“Desestabilizar verdades preconcebidas e romper com essencialismos são algumas das contribuições do princípio da máscara - e o princípio da dança em “Mask”,  que dialoga ainda com as pautas do feminismo atual no que diz respeito à autonomia do corpo feminino. O universo da montagem é apresentado pela dança, interpretação, o canto e o tambor através de um desenvolvimento não linear do roteiro em ações interdependentes que dialogam e oscilam entre a máscara, o corpo e a estética afro e ameríndia”, sintetiza Denise.

Aprovado no edital retomada da cultura da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec/RJ), o trabalho inédito foi desenvolvido sob a base sólida de uma profunda e minuciosa pesquisa desenvolvida desde 2018 pela professora-doutora Denise. Deste modo, nasceu um espetáculo de dança centrado nas máscaras decoloniais e afro-diaspóricas que cria relações entre corpos e deflagra negociações de pertencimento via Antropologia da Dança a partir dos intercâmbios e relações entre grupos ameríndios e africanos, desde o período colonial brasileiro. Neste trabalho coreográfico, o corpo dança envolto à sua máscara para encontrar um eco particular, um contexto repleto de vivências e memórias.

Nas proximidades entre deuses e performances de pajelança, a máscara é um elemento estético, ritual e ou recreativo que chama atenção. Não podendo simplesmente ser criada como um objeto decorativo, o Coletivo entende a máscara um objeto exato, instrumento de comunicação. Assim, em “Mask” interessa como usá-la na dança, quais gestualidades e materiais devem assumir a realização da cena dançada. “Na cena há o desenvolvimento de usos e práticas de máscaras e pinturas corporais deslocados para danças atuais em danças afro ameríndias contemporâneas. A máscara confere uma qualidade à artista, feita de luz e sombra, de tons fortes, suaves, de silêncio, de movimentos e pausas, encruzilhadas e contrapontos. Expressa nossa cultura, um modo particular de ser e agir no mundo”, finaliza Denise.
 

 


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