Comédia gaúcha que narra relacionamento de duas mulheres estreia no cinema

A comédia romântica brasileira “Nós duas descendo a escada”, com um casal do mesmo sexo como protagonistas, chega nesta quinta aos cinemas nacionais. Estrelado por Carina Dias e Miriã Possani, a produção conta os nove meses do relacionamento de duas mulheres, iniciando pelo final de semana em que se conhecem. O longa, escrito e dirigido por Fabiano de Souza, foi filmado quase inteiramente em Porto Alegre, entre outubro de 2011 e julho de 2012, revelando diversos locais da Capital. 

Na história, Adri, recém-formada em artes, vive entre a terapia, um bico em uma livraria e as conversas com seu único amigo. Até que conhece Mona, uma arquiteta com planos, dinheiro e amigos sempre prontos para uma festa. No desenrolar do enredo, Adri precisa ser aprovada pelos amigos de Mona e ainda conviver com o fato de que a nova namorada vai fazer uma viagem sem data para voltar.

“Com uma equipe pequena, nos infiltramos na cidade, rodando cenas em ruas marcantes da convivência urbana de Porto Alegre. A cidade também é vista por uma câmera apaixonada, que tateia escadarias, avenidas, vielas, anda de ônibus, lotação e táxi, perambula por feiras, festas, hotéis, motéis, cinemas, parques e bares”, comenta o diretor. Por conta do recorte temporal, em que foi gravado, o longa de 107 minutos mostra também alterações na paisagem urbana da cidade, incêndio no segundo andar do Mercado Público e os fechamentos do cinema do Instituto NT e de uma banca de revista típica do Bom Fim.

“Essa era a proposta básica do projeto: filmar ao longo do período em que se passava a história, sempre incluindo cenas com escadas e misturando improvisações no roteiro guia”, contam os produtores-executivos Souza e Milton do Prado, também montador do filme. O enredo lembra bastante “Azul é a Cor Mais Quente”, premiado filme do franco-tunisiano Abdelatif Kechichen, que conquistou em 2013 dois a Palma de Ouro em Cannes, seja pela cenas de sexo ou pelo forte e poético registro. “A ideia principal era fazer um filme com uma intensidade que reverberasse a alma apaixonada. Um filme que vibrasse com cores, diálogos e músicas. Embebido de melodrama, musical, comédia, cinema íntimo, existencial, com alegria e tristeza no último volume”, conta o diretor.