Com clássicos e novos hits, Green Day faz grande celebração em Porto Alegre
Banda empolgou o Anfiteatro Beira-Rio com a sua “Revolution Radio Tour”
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Já nessa música, um fã subiu ao palco e, instigado pelo vocalista, se jogou para a galera durante os últimos versos – para a vibração geral. A segunda da noite foi “Bang Bang”, primeira de “Revolution Radio”, o 12º álbum de estúdio do grupo e que dá nome a turnê que se despediu do Brasil com a apresentação na Capital - antes, passou por Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. A próxima foi a própria “Revolution Radio”, acompanhada de muitos fogos.
Mas o show também fez um passeio pela carreira do trio, que hoje toca acompanhado por mais três músicos. Depois dos novos hits, o Green Day apresentou “Holiday”, um dos seus clássicos saído direto de “American Idiot”, de 2004. Depois de gritos de Porto Alegre, Brasil e uma pequena manifestação contra Donald Trump, o álbum continuou em cena com “Letterbomb” e “Boulevard of Broken Dreams”, que representou um momento um pouco mais calmo, mas daqueles em que todas as vozes se transformam em uma só e as lanternas de celulares iluminam o local (com direito a Billie Joe disparando, em bom português: "ainda estamos vivos").
O vocalista, por sinal, respondeu a toda empolgação que o público mostrou do início ao fim. Se a plateia gritava “Green Day, Green Day” e fazia rodas punk sem parar, ele, um entertainer nato, se mostrava incansavelmente comunicativo, jogando água e camisetas nos fãs, pedindo sempre mais barulho e “hey-ho” e lembrando que a noite era uma celebração. “This is a celebration”, bradou uma hora. E estava certo, pois desde que Vera Loca e The Interrupters fizeram a abertura do grande show, a empolgação só crescia e contagiava a todos.
Entre as mais antigas, várias foram tiradas de “Dookie” (1994), responsável por alçar o grupo estadunidense à fama. A primeira do disco a aparecer foi “Longview”, quando uma outra fã subiu ao palco e cantou ao lado dos ídolos (e também se jogou pra galera, claro). Seguindo um certo padrão de intercalar uma mais velha e uma nova, vieram então “Youngblood", do trabalho mais recente, e “2000 Lights Years Away”, de “Kerplunk”. Aí apareceram algumas faixas que não são tão presentes assim nos shows dos caras, mas que já haviam entrado no repertório nesta tour brasileira: “Armatage Shanks”, “J.A.R.” e “F.O.D.”.
A “noite especial”, como o próprio Billie Joe definiu, continuou com uma de “Nimrod” (1997), “Scattered”. Entre elementos pirotécnicos no palco e rodas punk na pista, não faltou espaço e entusiasmo para os clássicos de “Dookie” “When I Come Around” e “She”, que vieram numa sequência alucinante. Para não deixar ninguém parado, o grupo ainda emendou “Minority”.
Em “Are We the Waiting”, Billie Joe segurou a bandeira do orgulho LGBT e outra com os dizeres “Fora Temer” e “No Trump”. Já “St. Jimmy” chegou como uma paulada lembrando que o grupo segue em boa forma e fazendo muito bem, obrigada o seu som e honrando o espaço que conquistou ao longo dos anos.
“Knowledge”, por sua vez, foi uma daquelas que provou o quanto os caras se divertem ao vivo: teve fã no palco tocando guitarra, dando selinho em Billie Joe, sendo ovacionada pelo público e, se já não bastasse, ainda ganhando o instrumento de presente. Depois disso só podia vir o clássico absoluto – e uma das mais esperadas da noite – “Basket Case” e todo o seu coro.
A reta final ainda incluiu, entre outros, um solo de “Garota de Ipanema” e um pot-pourri teve teve covers de “(I Can’t Get No) Satisfaction” (The Rolling Stones) e “Hey, Jude” (The Beatles). Chegaram também dois hits recentes, “Still Breathing” e “Forever Now”, ambas de "Revolution Radio", que abriram caminho para o encerramento.
Após minutos de mistério, o Green Day retornou ao palco para “American Idiot” e “Jesus Of Suburbia”, pedras fundamentais da carreira. O fim, é verdade, não poderia ser em mais alto estilo, com o público gastando o restante da energia para cantar e pular até o último momento. Mas (hey-ho!), Billie Joe ainda tinha gás para comandar um set acústico. Iluminado por todos os lados, o show terminou com o vocalista sozinho no palco, mas junto a milhares de vozes e palmas, cantando “21 Guns” e “Good Riddance (Time Of Your Life)”. Billie Joe realmente estava certo: foi uma celebração - e que celebração.
#GreenDay pic.twitter.com/pIDX6zUwFE — arte&agenda (@arteeagenda) 8 de novembro de 2017