Com clássicos e novos hits, Green Day faz grande celebração em Porto Alegre

Com clássicos e novos hits, Green Day faz grande celebração em Porto Alegre

Banda empolgou o Anfiteatro Beira-Rio com a sua “Revolution Radio Tour”

Júlia Endress

“This is a celebration”, bradou Billie Joe Armstrong

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Quando "Bohemian Rhapsody", do Queen, começou a tocar no Anfiteatro Beira-Rio na noite desta terça-feira, o anúncio foi feito: em poucos instantes o Green Day subiria ao palco para quase três horas de punk rock. Cerca de oito minutos depois (e após um coelho rosa dançar ao som de Ramones), Billie Joe Armstrong (voz e guitarra), Mike Dirnt (baixo e backing vocals) e Tré Cool (bateria) iniciaram seu show tocando “Know Your Enemy”, do álbum "21st Century Breakdown", de 2009.

Já nessa música, um fã subiu ao palco e, instigado pelo vocalista, se jogou para a galera durante os últimos versos – para a vibração geral. A segunda da noite foi “Bang Bang”, primeira de “Revolution Radio”, o 12º álbum de estúdio do grupo e que dá nome a turnê que se despediu do Brasil com a apresentação na Capital - antes, passou por Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. A próxima foi a própria “Revolution Radio”, acompanhada de muitos fogos.

Mas o show também fez um passeio pela carreira do trio, que hoje toca acompanhado por mais três músicos. Depois dos novos hits, o Green Day apresentou “Holiday”, um dos seus clássicos saído direto de “American Idiot”, de 2004. Depois de gritos de Porto Alegre, Brasil e uma pequena manifestação contra Donald Trump, o álbum continuou em cena com “Letterbomb” e “Boulevard of Broken Dreams”, que representou um momento um pouco mais calmo, mas daqueles em que todas as vozes se transformam em uma só e as lanternas de celulares iluminam o local (com direito a Billie Joe disparando, em bom português: "ainda estamos vivos").

O vocalista, por sinal, respondeu a toda empolgação que o público mostrou do início ao fim. Se a plateia gritava “Green Day, Green Day” e fazia rodas punk sem parar, ele, um entertainer nato, se mostrava incansavelmente comunicativo, jogando água e camisetas nos fãs, pedindo sempre mais barulho e “hey-ho” e lembrando que a noite era uma celebração. “This is a celebration”, bradou uma hora. E estava certo, pois desde que Vera Loca e The Interrupters fizeram a abertura do grande show, a empolgação só crescia e contagiava a todos.

Entre as mais antigas, várias foram tiradas de “Dookie” (1994), responsável por alçar o grupo estadunidense à fama. A primeira do disco a aparecer foi “Longview”, quando uma outra fã subiu ao palco e cantou ao lado dos ídolos (e também se jogou pra galera, claro). Seguindo um certo padrão de intercalar uma mais velha e uma nova, vieram então “Youngblood", do trabalho mais recente, e “2000 Lights Years Away”, de “Kerplunk”. Aí apareceram algumas faixas que não são tão presentes assim nos shows dos caras, mas que já haviam entrado no repertório nesta tour brasileira: “Armatage Shanks”, “J.A.R.” e “F.O.D.”.

A “noite especial”, como o próprio Billie Joe definiu, continuou com uma de “Nimrod” (1997), “Scattered”. Entre elementos pirotécnicos no palco e rodas punk na pista, não faltou espaço e entusiasmo para os clássicos de “Dookie” “When I Come Around” e “She”, que vieram numa sequência alucinante. Para não deixar ninguém parado, o grupo ainda emendou “Minority”.

Em “Are We the Waiting”, Billie Joe segurou a bandeira do orgulho LGBT e outra com os dizeres “Fora Temer” e “No Trump”. Já “St. Jimmy” chegou como uma paulada lembrando que o grupo segue em boa forma e fazendo muito bem, obrigada o seu som e honrando o espaço que conquistou ao longo dos anos.

“Knowledge”, por sua vez, foi uma daquelas que provou o quanto os caras se divertem ao vivo: teve fã no palco tocando guitarra, dando selinho em Billie Joe, sendo ovacionada pelo público e, se já não bastasse, ainda ganhando o instrumento de presente. Depois disso só podia vir o clássico absoluto – e uma das mais esperadas da noite – “Basket Case” e todo o seu coro.

A reta final ainda incluiu, entre outros, um solo de “Garota de Ipanema” e um pot-pourri teve teve covers de “(I Can’t Get No) Satisfaction” (The Rolling Stones) e “Hey, Jude” (The Beatles). Chegaram também dois hits recentes, “Still Breathing” e “Forever Now”, ambas de "Revolution Radio", que abriram caminho para o encerramento.

Após minutos de mistério, o Green Day retornou ao palco para “American Idiot” e “Jesus Of Suburbia”, pedras fundamentais da carreira. O fim, é verdade, não poderia ser em mais alto estilo, com o público gastando o restante da energia para cantar e pular até o último momento. Mas (hey-ho!), Billie Joe ainda tinha gás para comandar um set acústico. Iluminado por todos os lados, o show terminou com o vocalista sozinho no palco, mas junto a milhares de vozes e palmas, cantando “21 Guns” e “Good Riddance (Time Of Your Life)”. Billie Joe realmente estava certo: foi uma celebração - e que celebração.


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