Com novos patrocinadores, São Paulo Fashion Week terá investimento 20% menor
Idealizador Paulo Borges conta que próxima edição será para manter parcerias e não faturar
publicidade
"Esse valor representa cerca de 20% a menos do que conseguimos na última temporada. Mas o momento não é de faturar mais e sim de fortalecer as parcerias", afirma. "Nós vimos que seria fundamental negociar com todos os parceiros. Alguns pediram reduções nas cotas. Outros, nós sentimos que estavam reticentes e já fizemos propostas mais enxutas. Enfim, fomos negociando com um por um".
Além de renovar contrato com patrocinadores de peso das últimas edições como o shopping Iguatemi, a rede de lojas Riachuelo e a M. Martan, de roupas de cama, mesa e banho, Borges costurou novas parcerias com a Mercedes-Benz, a Coca-Cola e a Natura, que já foi uma grande aliada comercial do evento, mas há 8 anos estava distante do mundo das passarelas.
Seguindo uma tendência mundial de mercado, a SPFW terá a partir da próxima edição, em outubro, um novo modelo, em que as coleções apresentadas serão colocadas à venda logo após os desfiles, eliminando o atual intervalo de seis meses que as roupas levam para chegar às vitrines.
O baixo astral econômico generalizado, e a geração de estilistas nacionais dos anos 90 que não viu sua moda prosperar comercialmente e foi obrigada a abandonar às passarelas nos últimos anos compõem um cenário desafiador para o evento. Marcas conhecidas nacionalmente, como Animale e Cavalera, desistiram de desfilar nesta edição.
Em compensação, o evento anuncia a entrada de outras seis grifes (entre elas, À La Garçonne, que terá linha de roupas assinada por Alexandre Herchcovitch). Por enquanto, o line-up conta com 37 desfiles, de 25 a 29 de abril, a maioria deles armada no Prédio da Bienal, no Ibirapuera.
O evento gera cerca de 11 mil empregos diretos e indiretos. "No momento em que as pessoas estão com essa energia ruim, cancelando iniciativas, cortando custos e as coisas estão deixando de acontecer, nós mostramos a confiança que inspiramos nos patrocinadores e a força da inovação e da energia criativa que a moda é capaz de produzir."