Composição de Villa-Lobos para saxofone é destaque em concerto da OSPA

Composição de Villa-Lobos para saxofone é destaque em concerto da OSPA

Samuel Alves é o saxofonista convidado para solar; repertório inclui também sinfonia de Haydn e obra de Harry Crowl

Correio do Povo

OSPA recebe Marcelo de Jesus, diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara do Amazonas

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Neste sábado, 3, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) recebe Marcelo de Jesus, diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara do Amazonas. O espetáculo ocorre às 17h, na Sala Sinfônica da Casa da OSPA (av. Borges de Medeiros, 1.501). Os ingressos estão à venda no Sympla. Também é possível acompanhar a transmissão ao vivo no canal da OSPA no YouTube, gratuitamente. Antes do espetáculo, às 16h, o escritor Milton Ribeiro comenta a programação na Sala de Recitais, em mais uma edição do projeto Notas de Concerto. 

A Sinfônica apresenta pela primeira vez “E a Cidade Desperta”, do compositor mineiro Harry Crowl, a última sinfonia de Joseph Haydn, “Sinfonia nº 104, ‘London’”, e “Fantasia para Saxofone”, de Heitor Villa-Lobos, com solos do saxofonista Samuel Alves. “E a Cidade Desperta”, do compositor mineiro Harry Crowl (1958), abre o espetáculo. A obra foi estreada em 2017 durante a IV Bienal Música Hoje, em Curitiba. A composição é inspirada no amanhecer de uma grande cidade brasileira. Marcelo de Jesus destaca a concepção e o protagonismo da percussão na obra, especialmente com os pratos suspensos e o vibrafone.

Segundo o maestro, que acumula experiências à frente de grandes orquestras nacionais e em prestigiosos festivais, como o Rock in Rio, a composição é “um quadro sinfônico no qual o movimento de uma cidade grande começa a tomar conta, e gradualmente, vão surgindo na paisagem graffitis multicoloridos como se fossem gritos de um mundo asfixiado”. 

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) dedicou ao francês Marcel Mule sua “Fantasia para Saxofone, W490”. O músico acabou por nunca tocá-la, mas a composição se tornou uma das mais importantes do repertório para saxofone, instrumento relativamente pouco utilizado na música de concerto. Villa-Lobos escreveu 69 obras que contam com a participação deste instrumento, mas a “fantasia” é a única em que o saxofone é destacado como solo.

Para a ocasião, Samuel Alves, jovem solista de apenas 20 anos, realiza sua estreia com a OSPA, pela qual demonstra muito apreço: “Será um prazer interpretá-la à frente da OSPA. Uma experiência ímpar e a realização de um sonho”. O saxofonista destaca os inúmeros elementos da música popular brasileira na composição, além de sua tonalidade: “ela foi escrita, originalmente, na tonalidade de Fá Maior. Porém, por conta dos superagudos, Villa-Lobos a transpôs para Mi Bemol Maior, um tom abaixo, diminuindo a dificuldade da peça”.

O regente Marcelo de Jesus destaca a importância que a obra possui para a consolidação das sinfonias e da música de concerto, em geral: “Haydn estava ciente do gosto internacional do público de Londres e interessado em surpreender o público com algo mais novo. Com uma orquestra com o dobro do tamanho da sua antiga, ele cumpriu sua promessa. Esta sinfonia é um marco para a tradição sinfônica da qual Haydn é considerado o grande mestre.”


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