Compositor e pianista Hubertus Hofmann morre na Capital
Professor do Insituto de Artes da Ufrgs lutava contra o câncer desde 2008
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O pianista André Loss, que apresenta com a violoncelista Marjana Rutkowski o espetáculo "Reencontro no Romantismo", nesta quinta, às 20h30min no Auditório Tasso Corrêa do Instituto de Artes (Senhor dos Passos, 248), foi aluno de piano de Hofmann. "Ele era um professor por vocação, que se esmerava para ensinar o conhecimento europeu da música", lembra Loss. O pianista lembra que Hofmann era capaz de várias combinações na música. "Ele era capaz de ter paixão pelo jazz e pela música de Bach", afirma.
Também aluno de Hofmann, o diretor artístico da Ospa, Tiago Flores, comenta que havia visitado o professor há alguns dias e que ele tinha esperança de recuperar a saúde. "Já tínhamos previsto uma homenagem a ele com a execução de 'Hino', que ele compôs para os 50 anos da Ospa num dos concertos oficiais de março, previsto para o dia 20", revela Flores. "O professor Hofmann compunha música tonal, que apresentava algumas dissonância e elementos atonais em alguns momentos", observa Flores, que regeu a Orquestra de Canoas, no dia 5 de agosto, na Capela do Unilasalle, quando foi executada a "Suíte para Cordas", em seis movimentos, de Hofmann.
No momento da sua morte estava próxima a ele uma das suas alunas mais diletas, Nadge Breide, professora da Escola Nacional de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Sou a aluna mais antiga de Hofmann. Aprendi com ele durante 35 anos e nem tenho como falar desta perda", lamenta Nadge.
Hofmann Iniciou atividades musicais em 1942 como menino cantor no coro da Igreja de São Tomás em Leipzig, na Alemanha. Após a Segunda Guerra Mundial, estudou em Berlim, concluindo o curso de piano e composição. Depois atuou como acompanhador nos teatros de Mainz e Munique. Em 1962 radicou-se em Porto Alegre, contratado pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, onde atuou por 35 anos como pianista titular. A partir de 1968, foi professor do Instituto de Artes da Ufrgs.
Ao longo da carreira, Hofmann compôs trilhas sonoras para teatro e balé, além de composições para diversos instrumentos e formações camerísticas. Seu catálogo de composições para piano abrange sete sonatinas, 18 improvisos, 10 estudos, valsas, três suítes, Serenata Swing, além do Concertino para piano e orquestra de cordas. Além disso, compôs Sonatinas para violino, viola, oboé, piccolo, flauta transversal, vibrafone e marimba, além de três Trios para Madeiras, Abertura Mirim, Hino à Vida, Concertino Tríplice e Suíte para Cordas.