Concertos à luz de velas chegam em Porto Alegre

Concertos à luz de velas chegam em Porto Alegre

Nesta quinta-feira, 9, milhares de velas transformarão o palco do Teatro Bourbon Country

Caroline Guarnieri *

Empresa de eventos espanhola traz, pela primeira vez, a série de espetáculos para Porto Alegre, hoje com duas sessões

publicidade

Os concertos candlelight já são um sucesso em outras partes do mundo. O projeto é uma ideia original da empresa de eventos espanhola Fever Up, e começou em 2019, com sessões em Nova York, Madrid e Paris. Já foram mais de 11 mil concertos em mais de 90 cidades, com um público total de cerca de 3 milhões de pessoas. No Brasil, o formato chegou primeiro em São Paulo e no Rio de Janeiro, em 2020, e hoje estreia em Porto Alegre, no teatro Bourbon Country.
 
A proposta consiste em apresentações de orquestras à luz de velas. Além do repertório erudito, que vai de Vivaldi a Chopin, os organizadores também buscam trazer música contemporânea com roupagem clássica, às vezes até com acompanhamento de dança ou canto. Parte do propósito da empresa com o projeto é democratizar o acesso a esses produtos culturais que costumam ocupar parcelas mais restritas da sociedade, e a busca pelos hits atuais se alinha com isso. Bandas e artistas como Metallica, The Beatles, Foo Fighters, Ed Sheeran e Taylor Swift já tiveram suas músicas adaptadas.
 
Confira trechos de apresentações em outras cidades:

Dênnys Araújo Santos, project manager da Candlelight Brasil, braço da Fever Up, explica que o formato diferente cria uma atmosfera mais intimista e o público consegue se conectar mais com a performance. Cada apresentação inclui de duas a quatro mil velas de LED espalhadas pelo palco e entre os músicos – nenhuma chama real é utilizada. “Quando você coloca milhares de velas em um concerto em um ambiente com luz muito baixa, ou quase sem luz, cria uma atmosfera muito serena, com imersão muito maior”, conta Dênnys. “A experiência sonora fica aprimorada, você fica muito mais focado e envolto nas notas musicais, é um outro tipo de experiência”.
 
Ele acredita que esta é a razão pela qual eles conseguem captar um público mais jovem. Cerca de 70% da audiência tem entre 18 e 40 anos, faixa etária mais baixa do que normalmente é associada à música clássica, mas que vai ao encontro de uma tendência recente. Uma pesquisa de 2020, realizada pela Orquestra Filarmônica Real (RPO), pela British Phonographic Industry (BPI) e pelo Deezer, indica que o isolamento social da pandemia aumentou o consumo desse gênero musical. 76% dos ouvintes de playlists de música erudita do aplicativo no Brasil tinham menos de 35 anos, considerando os dados entre junho de 2019 e junho de 2020. O aumento global do consumo nessa faixa foi de 17% naquele ano.
 
Em Porto Alegre, serão cinco datas de três espetáculos diferentes. O primeiro, em torno de “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, acontece hoje e no dia 9 de março. A segunda leva de apresentações, focadas em rock clássico, será nos dias 10 de fevereiro e 16 de março. Já a terceira, inteiramente dedicada ao trabalho da banda britânica Coldplay, será no dia 23 de março. Todas as datas possuem apresentações em dois horários: 18h e 20h, no Teatro Bourbon Country.
 
Os músicos e demais trabalhadores dos eventos são contratados localmente. A Monte Cristo Coral & Orquestra, de São Paulo, é a equipe responsável por adaptar os arranjos e organizar o repertório. No caso das sessões de Vivaldi, um solista de São Paulo será acompanhado por um quinteto de cordas local. Marina Lopes, de 27 anos, e hoje parte da Orquestra do Theatro São Pedro, é uma das violinistas do quinteto, composto de violinos, violão, violoncelo e contrabaixo.
 
Ela comenta que nunca havia se apresentado em condições parecidas, mesmo tocando em orquestras desde a adolescência. “Eu acho que para nós como músicos vai ser uma experiência incrível porque vai ser algo muito novo”, reconhece. Ela será acompanhada pelo marido Rafael, que também é músico clássico e atua como contrabaixista. Os dois estão escalados para as duas datas de fevereiro. Marina completa que “nós de orquestras estamos acostumados a estar em um palco todo iluminado, e essa questão da luz de velas vai trazer uma interpretação diferente”.
 
Os ingressos e demais informações estão disponíveis no site da Fever Up.
 
*Sob supervisão da editora Adriana Androvandi

Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta segunda-feira, dia 29 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895