Conheça WIU, nome em ascensão no trap que parou Porto Alegre

Conheça WIU, nome em ascensão no trap que parou Porto Alegre

Cearense lotou bar Opinião com sua primeira turnê “Manual de Como Amar Errado”

Brenda Fernández

Cearense lotou bar Opinião com sua primeira turnê “Manual de Como Amar Errado”

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Diante de uma plateia lotada de jovens, WIU abriu seu primeiro show em Porto Alegre dando a tônica: “você que tem um corre, que tem um sonho, essa música é pra você”. Com apenas 21 anos, é um dos nomes do trap nacional em ascensão, já emplacando hits no topo das mais ouvidas. No sábado passado, 18, WIU cantou seu álbum de estreia “Manual de Como Amar Errado” no bar Opinião, levando a nova geração a pensar sobre o amor, autoestima e sonhos. 

O álbum lançado em 2022 é composto por 15 faixas, organizadas como se fosse uma configuração de livro - iniciando com "Prefácio" e terminando com "Epílogo". Em cinco faixas, mescladas com as músicas, o compositor cearense traz textos e conversas interpretados por outros artistas. A proposta, segundo WIU conta ao Correio do Povo, é de “Manual de Como Amar Errado” ser um "livro de lições".

Confira a entrevista completa do cantor:

Citando uma das frases de “Oração”, quero te perguntar: a música, o trap em particular, ‘ajudam os pivete a vencer’? 

Eu sinto que o trap é um gênero onde o público mais jovem encontrou muito espaço, uma plataforma pra gastar sua energia com coisas que eles se sentem representados, com coisas que eles julgam ser importante hoje. Eu acho que um dos principais pontos que ele toca é a autoestima, a maneira de se vestir, a maneira como às vezes fomenta certas inspirações pra você correr atrás do que você sonha, do que você quer realizar na vida. Então eu acho que o trap ajuda sim os pivete a vencer. Eu sou prova disso, eu sou um pivete que eu me sinto realizado. Eu tinha um sonho, eu comecei debaixo pequeno, não tive padrinho, não tive uma herança, não tive nada que com certeza na minha vida em algum momento a não ser o meu dom e a minha vontade de vencer. E o trap foi o lugar onde eu me encontrei pra poder colocar essa visão na pista.

Como começou a sua relação com a música? Desde quando você se reconhece como artista? 

Desde pequenininho eu já cresci ouvindo muita música, não tinha nenhum músico na família, meu irmão tocava violão mais pelo hobby mesmo. Mas meu pai ouvia muita black music, ele ouvia muito R&B dos anos 2000, escutava muito Akon, Ne-Yo, tinha CDs de black music que ele comprava no centro. Meu irmão escutava também muito rock brasileiro, escutava o Charlie Brown, Fresno, NX Zero, as bandas que estavam quebrando muito na época, e aí isso me deu muito uma base de proximidade com a música, seja pela letra, pela maneira de me expressar, porque eu gostava de ouvir, mas por influência deles mesmo. Então tive várias bases de influências diferentes que me ajudaram a compor o que eu sou. Eu acho que eu comecei a me reconhecer como artista bem tarde, eu só gostava muito de fazer por diversão. Eu via sempre a música como um quebra-cabeça que ele podia ser montado de diversas formas diferentes, no final sempre ia dar uma imagem diferente. Então pra mim sempre foi um hobby, comecei a realmente entender que eu sou artista e que isso podia me levar a algum lugar um pouquinho mais tarde.

No Manual de Como Amar Errado você mescla faixas de música e faixas com textos, inclusive diálogos. Como surgiu esta ideia de colocar no álbum uma “organização” de livro (com prefácio, capítulos, epílogo)? Os textos são escritos que você já tinha pronto antes de criar o álbum?

Eu quis fazer o álbum como se fosse um livro de lições, um livro de experiências, e um conjunto de experiências inclusive de pessoas ao meu redor e minhas também, de como amar errado. “Amar errado” é meio que uma metáfora, uma maneira que eu encontrei de passar a visão principal do álbum, que é a de que não existe a forma certa de amar, ou que ninguém sabe amar corretamente. A maneira certa de amar não é a que a gente julga ser a certa, mas sim quando a gente ama de verdade, que a gente vive esse amor com intensidade, se joga de cabeça na coisa, e vive raiva, rancor, vive momentos bons, vive momentos ruins. E só quando você ama de verdade, quando você ama errado, é que você está amando do jeito certo. Eu que escrevi a maior parte, mas eu deixei muito para que os artistas que foram convidados pudessem interpretar da sua maneira com as coisas que eles gostariam de falar, com as visões que eles queriam contribuir ali dentro do álbum também. 

O tema mais recorrente de suas composições é o amor. Mesmo quando a letra não é especificamente românticas, ela vem puxada por uma batida mais melancólica e nostálgica até. O amor sempre foi seu assunto preferido na criação? 

Sim. De fato eu sempre gostei muito de falar de amor, de viver do amor sem medo de errar. Sempre fui um moleque apaixonadão, do coração quente, inclusive eu até tatuei um coração pegando fogo na minha testa justamente por isso. Eu acho que a gente não pode perder esse vigor, essa chama que existe no coração de cada um. Quando a gente estava gravando esse álbum, o João Gomes disse que a gente não pode deixar de ser menino, a gente não pode deixar de ter esse brilho, esse arder no coração de quando a gente é criança e vive as coisas, vive as emoções. Sempre gostei de falar muito disso nas minhas letras, de falar coisas que as pessoas podem se identificar, situações que todo mundo já viveu, contar essas situações de uma forma até engraçada, eu acho muito mais fácil fazer essa troca de vivência com o meu público.

Que artistas hoje são inspirações para o seu som? 

A gente está vivendo na 30PRAUM um momento de inspiração muito legal. Eu, o Matuê e o Teto, a gente escuta muita coisa junto, muita coisa parecida. O Teto escuta muito afrobeat, o Tuê escuta muito música indie e rock, eu também escuto muito R&B, muita música romântica, dos anos oitenta e noventa, de todos os gêneros possíveis. Então a gente acaba se inspirando. Ultimamente eu estou me sentindo muito inspirado pela galera do nordeste, como o Arthurzim, que é super promissor, também está carregando firme o peso de ser uma promessa do trap pra esse ano, vai soltar um álbum agora. O Doixton, que também está desenvolvendo uma estética e sonoridade incríveis, o Welisson, o West Reis, o Baco Exu do Blues, tanta gente que eu nem queria deixar de fora.

Quais são seus planos para 2023? 

Eu quero fazer parceria com muita gente. E quero lançar o máximo de música possível. Umas com um projeto bem elaborado, outras pela energia mesmo. Já tem colaborações gravadas com alguns artistas que a galera gosta muito, então vou deixar no ar (risos) mas vem muita parceria, sim.


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