Coreógrafo belga Jan Fabre é acusado de humilhações de índole sexual
Denúncias foram feitas por vinte profissionais que trabalharam com o artista
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Em uma carta na revista de arte "rekto:verso", antigos funcionários descreveram um ambiente de trabalho tóxico, onde a "humilhação era (seu) pão de todo dia" na companhia Troubleyn. A Auditoria Trabalhista de Antuérpia, vinculada à procuradoria especializada em conflitos trabalhista, abriu uma investigação "sobre possíveis atos de violência, assédio e abuso sexual no local de trabalho", explicou um porta-voz à rede de televisão VRT.
A carta dos trabalhadores aponta vários atos de humilhação e intimidação sexual, incluindo sessões fotográficas "semi-secretas", nas quais ele oferecia a artistas dinheiro e drogas para que se "sentissem mais livres". Os intérpretes que rejeitaram a "aproximação" sexual do coreógrafo viram seus papéis limitados e receberam uma dose especial de humilhação ou manipulação, segundo a carta. Fabre também foi acusado de humilhar as mulheres durante os ensaios com "críticas dolorosas e frequentemente abertamente machistas" sobre seus corpos.
Oito dos artistas assinam a denúncia pública com nome e sobrenome, enquanto o restante dos que assinaram o fizeram mantendo o anonimato. Os signatários, que explicam que as tentativas de diálogo com o coreógrafo nunca deram frutos, expressaram seu incômodo em um encontro com o artista, no qual ele afirmou que nunca viu problemas em seu comportamento sexual.
A revista "rekto:verso" ofereceu a Fabre a possibilidade de resposta, e ele rejeitou as acusações. "Não obrigamos ninguém a fazer coisas que tanto uns como outros consideram acima de seus limites", escreveu. Fabre é membro da chamada "Onda belga" que cativou a cena artística europeia nos anos 1980 com peças vanguardistas de obras originais e clássicas.