Cultivando o amor em Porto Alegre

Cultivando o amor em Porto Alegre

O cantor, compositor e multi-instrumentista Zeeba chega ao Agulha para a turnê do seu segundo álbum de estúdio, ‘Cultivar’

Leticia Pasuch*

Zeeba se apresenta neste domingo, dia 9, em Porto Alegre

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Uma aura de otimismo, positividade e esperança é o que Marcos Lobo Zeballos, conhecido como Zeeba, de 30 anos, quer transmitir com a sua turnê “Cultivar”, nome de seu último álbum. Em busca de um formato mais intimista – mais "olho no olho", como diz o cantor americano-brasileiro, as casas das principais capitais brasileiras foram escolhidas a dedo, e uma delas é em Porto Alegre. Aqui, Zeeba realiza show solo pela primeira vez. Ele se apresenta amanhã, às 20h, no Agulha (rua Conselheiro Camargo, 300). Ainda restam ingressos, que podem ser adquiridos na Sympla. Além da capital, o cantor também passará por São Paulo e Rio de Janeiro. Mas já adiantou que tem outras cidades no planejamento, como Belo Horizonte e Curitiba, com datas ainda a definir.

Em meio a calmaria de um ambiente tranquilo entre montanhas e com uma vista inspiradora, próximo a Campos do Jordão, Zeeba junto com sua equipe imergiu na produção do disco, que iniciou ainda durante a pandemia. O projeto marca um retorno do indie e do folk nas sete faixas – “Te dizer que sim.”, “Cultivar”, “Mundo de Papel”, “Hope”, “Sunday Highs”, “Hoje Fez Sol” e “Dream”. A novidade está sendo o português, já bastante explorado em seu último projeto, “Tudo ao Contrário”, e desta vez as músicas concatenam com o inglês.

“Hope” chegou para trazer a animação e sentimento de esperança para o álbum, de acordo com Zeeba. A ideia do otimismo conversa com as canções – inclusive do curta-metragem da música que dá nome ao álbum, produzido e roteirizado pelo próprio cantor. “Eu sempre gosto de falar coisas otimistas nas letras das minhas músicas, então é um lugar legal que dê para colocar na discussão, e cultivar as coisas que a gente quer trazer para nossa vida”. Zeeba define, também, esse clima para a atual fase de sua carreira. “Eu sou uma pessoa otimista assim no dia a dia. Acho também que essa nova onda de rotina que eu tô me fez ficar um pouco mais calmo”, justifica. 

Cercadas de elementos orgânicos, as músicas também se assemelham aos seus primeiros lançamentos, como “Photographs” e “Hear me Now” – composta com o DJ Alok em 2016 e que já foi uma das músicas mais escutadas no mundo inteiro. “É um produto novo, mas que tem traços antigos, traços marcantes que eu sempre faço nos meus trabalhos”, complementa. 

Diferente do último álbum, que continha parcerias musicais em praticamente todos os singles, “Cultivar” tem apenas músicas solos – “Sunday Highs” teve elementos de violão do produtor e guitarrista Avi Snow. Zeeba justifica a escolha por “Tudo ao Contrário” ter sido marcado pela sua entrada no português, e que pedia composições com outros músicos. “’Tudo ao Contrário’ é um álbum até meio instrumental, tem uma música que é mais pro reggae, outra é mais pro MPB, outra que é mais Bossa Nova. É um álbum bem eclético, mais diversificado, e aí usei das parcerias também,” relata. “Cultivar”, por sua vez, foi um processo mais pessoal, conta. “Esse foi um bem autoral mesmo, acho que tem mais a minha cara”. 

Curta metragem

Zeeba conta que, quando as músicas estavam prontas, surgiu entre a equipe o questionamento de qual single ganharia clipe. O resultado foi a criação de um curta-metragem com as músicas presentes. Com reconhecida participação em suas produções audiovisuais, Zeeba idealizou e roteirizou o curta, junto com Isadora Veríssimo, que também dirigiu a produção. No elenco, está presente João Zappa, Chloe Marie Dubois e Marília Lopes. "Quando cuidamos do nosso jardim, cuidamos do nosso coração", é anunciado nos primeiros segundos de clipe. Nele, tem a história de Marcos, nome de batismo de Zeeba, que está passando por uma crise existencial e tentando lidar com um término de relacionamento. Um momento específico da sua rotina faz com que o personagem enxergue a vida por uma outra perspectiva. “É difícil, às vezes, você contar uma história com começo, meio e fim em um clipe com uma música, porque a música passa uma emoção, né? Então é um momento. Difícil três minutos contar uma história. E a ideia do curta foi genial, porque a gente conseguiu fazer uma história com vários momentos e cada música”. O cantor explica que o roteiro do curta-metragem foi moldado de forma que trouxesse a ideia de cultivar para se ter uma nova visão da vida. E que nossas atitudes, quando guiadas por bons hábitos rotineiros, tendem a melhorar as agruras da vida. Zeeba também lançou versões das canções para o TikTok e Instagram.

“Sunday Highs” foi uma das músicas mais escutadas do álbum, e viralizou até na Europa, o que o cantor não imaginava que aconteceria. Como Zeeba iniciou sua carreira no exterior e tem muitas composições em inglês, o sucesso é aqui e lá fora. “Tô dando muita atenção para o português, mas não deixo o inglês e as minhas origens de lado”, avisa. Entre os dois idiomas, o cantor admite que, apesar de gostar do processo, tem mais dificuldade com composições em português. “O inglês tem a sua propriedade também na sua sonoridade única”, reflete.

Zeeba nasceu em San Diego, na costa da Califórnia, e é filho de brasileiros. Mudou-se para o Brasil ainda bebê, passou sua infância e adolescência por aqui e retornou aos Estados Unidos para cursar faculdade de música, na Musicians Institute, em Los Angeles. Meio brasileiro e meio americano, o cantor é muitas vezes confundido pelos próprios fãs. “Sempre tem gente que fala: ‘mas tu não é americano, né?’, ri. Zeeba deu voz a grandes hits em inglês nas parceria com Alok, como “Hear me Now”, “Never Let Me Go” e “Ocean”. Em outras entrevistas, o cantor já admitiu que o sucesso com a parceria transformou sua carreira.

Zeeba foi a voz por trás de Hear Me Now, em parceria com o DJ Alok, uma das músicas mais escutadas do mundo. Foto: Yvã Santos / Divulgação

Consumidor de indie, folk e punk rock, o músico admite que os gêneros tornaram-se parte de sua essência musical, junto aos elementos eletrônicos. “Acho muito legal essa energia que o eletrônico consegue trazer para o palco também, então eu gosto de trazer esses elementos”, explica. Suas referências musicais ajudam: tem em suas referências Blink-182, Coldplay e Oasis. Também é fã das composições de seus amigos músicos – não é à toa que já fez tantas parcerias: além de Alok, produziu feats com Mallu Magalhães, Manu Gavassi, Outro Eu, Lagum, Carol Biazin, Clarissa e Mari Nolasco. Quando questionado sobre um próximo projeto com Alok, o artista deixa um mistério, mas adianta que vem novidades em breve.

Já no Agulha, o cantor garante um show completo – na setlist, marcarão presença desde as clássicas parcerias com Alok até músicas em momentos de voz e violão. Zeeba já havia vindo para a Capital anteriormente, no Z Festival, que trouxe grandes artistas para o Pepsi On Stage em 2018. Agora, voltará para cultivar a conexão com os fãs gaúchos.

* Supervisão de Luiz Gonzaga Lopes

Confira abaixo a entrevista completa com o cantor Zeeba:


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