Curta documental do Baiana System questiona o futuro dos carnavais

Curta documental do Baiana System questiona o futuro dos carnavais

Após dois anos suspenso por conta da pandemia, Carnaval de Salvador é tema do manifesto visual “Carnaval do Invisível”, que reflete sobre o significado desta ausência 

Correio do Povo

Curta-metragem resgata personagem do clipe ‘Invisível’

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Desde o século XIX, o Carnaval de Salvador é uma tradução da cidade, seu povo e sua história e após dois anos de suspensão desta, que é uma das maiores e mais simbólicas festas de rua do mundo, abriu-se uma lacuna para pensar  o que essa ausência significa, fortalecendo o questionamento sobre como serão os futuros carnavais. É a partir desta provocação que o Baiana System criou “Carnaval do Invisível”, com lançamento hoje, às 9h, no canal da Amazon Music no Youtube. 

 O documentário visual  foi realizado nas ruas do centro antigo de Salvador, território potente, de construção de identidades, mas também de conflitos e tensão social. Através de depoimentos, imagens de arquivo e metáforas visuais, a narrativa é costurada pela onipresença da música, substrato e fundamento da festa. Com duração de 22min, feito pela Máquina do louco com produção associada da Janela do Mundo, é contado a partir do  olhar do personagem "Invisível",  que volta à cena para manifestar aquilo que os sentidos sozinhos não dão conta. Uma testemunha da história com suas marcas e seu olhar mais profundo. O documentário vem justamente no momento em que a representação do silêncio abre novos caminhos. O renascimento que se propõe a partir das Cinzas tem ainda mais força com a necessidade de renovar as esperanças, de acreditar que a ocupação dos espaços é a grande maneira de transformar, e o Carnaval continua sendo uma jóia desse experimento humano nas Américas.

Através de preciosas imagens de arquivo, o filme apresenta registros de carnavais desde a década de 40 até os dias atuais. Para contribuir com o recorte proposto, a produção conta com a presença de quatro personagens que têm uma forte ligação com o Carnaval em seus diversos aspectos: A antropóloga baiana Goli Guerreiro, autora dos livros “A Trama dos tambores" e "Terceira Diáspora"; O músico e educador Mestre Jackson, história viva do Carnaval, com passagens pelo Olodum, Apaxes do Tororó e Comanches do Pelô, um dos criadores de células rítmicas que deram origem ao samba reggae e suas derivações; O músico e educador Ubiratan Marques, regente e diretor da Orquestra Afrosinfônica; e Mateus Rocha, cineasta e folião do BaianaSystem. 

O curta metragem também resgata um personagem marcante na história do BaianaSystem e que já esteve presente no clipe "Invisível", provocando uma reflexão sobre os trabalhadores da folia que são marginalizados e jogados à invisibilidade, como cordeiros, catadores de lixo e vendedores ambulantes. Em contraste com o apagamento de sua humanidade, o Invisível interpretado no filme pelo ator baiano Leno Sacramento, do Bando de Teatro Olodum, convoca seu corpo à vida e à presença, encarnando o espírito da manifestação.
 


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