David Gilmour concretiza sonhos com show em Porto Alegre

David Gilmour concretiza sonhos com show em Porto Alegre

Guitarrista mescla canções da sua turnê com sucessos do Pink Floyd na Arena

Luiz Gonzaga Lopes

Guitarrista mescla canções da sua turnê com sucessos do Pink Floyd na Arena

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Eram 20h56min da noite desta quarta, quando David Gilmour, o lendário guitarrista do Pink Floyd abriu o show da turnê Rattle that Lock, na Arena do Grêmio, diante de um público de cerca de 40 mil pessoas. Quando o primeiro canhão de luz acompanhou o guitarrista britânico de 69 anos, os sonhos de mais de 40 anos de algumas pessoas, como a jornalista porto-alegrense Maria Marta Borba, de 64 anos, estava se concretizando. “Ouço o Pink Floyd desde 1971, fui ao show do Roger Waters, mas ainda não havia visto o David Gilmour ao vivo. É uma paixão que arrebatou grande parte da minha vida”, vibrou.

Com a quase vinheta “5AM”, Gilmour deu a deixa para a embalada música que dá nome ao disco e à turnê Rattle that Lock para os gritos e embalos do eclético público presente ao estádio do Grêmio, nesta agradável noite de primavera. Seguiu-se Faces of Stone e aí o primeiro laivo de Pinkfloydianismo explícito da noite, com “Wish you Were Here”, música de 1975, do disco homônimo, presente em qualquer roda de violão e festa de gente com mais de 40 anos de idade ou dos mais jovens antenados.

Na primeira meia hora de show, ainda houve tempo para "A Boat Lies Waiting" e "The Blue", com aquele solo estendido de guitarra. A histeria voltou na sétima música, quando a caixa registradora marcou e os apaixonados pelo disco The Dark Side of the Moon ou por dinheiro, começaram a entoar e a se embalar com “Money”.

Com “In Any Tongue”, Gilmour deu sequência a quarta das sete músicas do disco solo mais recente de 2015, e o povo cantou junto “I know sorrow tastes the same on any tongue”, algo como eu sei que a tristeza tem o mesmo gosto em qualquer língua, um primor da pena sábia da letrista, a jornalista e escritora britânica, Polly Samson, a companheira de Gilmour desde 1994. Para dar progressividade e psicodelismo a primeira hora de show antes do intervalo de 20 minutos, Gilmour atacou de “High Hopes”, um hino do disco “The Division Bell”, de 1994, outra música com letra de Polly e que trata do individualismo e de algumas coisas simples da vida. The grass was greener / The light was brighter / With friends surrounded / The nights of Wonder” (“A grama era mais verde, as luzes eram mais brilhantes, o gosto era melhor, as noites eram maravilhosas, com amigos ao redor”. Com sua slide guitar e seu violão, os longos e intensos solos, Gilmour levou o público ao êxtase, bem como o impressionante vídeo no telão circular de LED mostrando imagens quase psicodélicas de campos ingleses, além do solo de sax do curitibano João Melo. Após uma hora de show, Gilmour agradeceu com um obrigado em português e fez um intervalo de 20 minutos para retornar com "Astronomy Domine".

Na volta do intervalo de 20 minutos, Gilmour presenteou o público com alguns clássicos do Pink Floyd, como "Shine on You Crazy Diamond", "Fat Old Sun" e "Coming Back to Life", entremeadas com a levada meio jazzística da recente "The Girl in Yellow Dress", não sem antes apresentar a banda com Phil Manzanera (guitarras e backing vocals), Guy Pratt (baixo), Jon Carin (teclados e guitarras), Kevin McAlea (teclados e acordeon), Steve DiStanislao (bateria, percussão) e os backing vocals Graham Nash e Lucia Jules e o brasileiro João Melo (sax). Com Run Like Hell ele encerrou o set de 2h20min e agradeceu a adorável audiência de Porto Alegre. "Nos vemos qualquer dia destes", prometeu. Aos gritos de “Olé, Olé, Gilmour, Gilmour”, ele voltou para um bis com duas músicas e aí duas clássicas do The Dark Side of The Moon e do The Wall: “Time” e “Confortably Numb” para o grito enlouquecido do público nesta música, ainda mais quando o mais belo solo do Pink Floyd foi executado com toda a intensidade e as suas nuances harmônicas: “aaaah, I have become confortably numb”. E o público realmente concretizou os seus sonhos nesta noite mágica de mergulho no tempo em quase meio século de uma história que nunca vai se apagar. Viva o Pink Floyd! Viva David Gilmour!


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