De olho nos 50 anos

De olho nos 50 anos

Apresentados os filmes que compõem a 49ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que ocorre de 13 a 21 de agosto, os organizadores preparam os detalhes para o evento, ao mesmo tempo em que já têm seu olhar na festa dos 50 anos, de 2022

Marcos Santuario

O cobiçado Kikito, prêmio máximo do Festival de Cinema de Gramado, tem acompanhado a história do cinema brasileiro e do evento que, no ano que vem, completa seus 50 anos

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Assim como o show, o cinema também “não pode parar”. E, ainda com os cuidados exigidos pela pandemia de Covid 19, a edição deste ano do Festival de Cinema de Gramado foi pensada para seguir abrindo caminho para as principais produções do audiovisual brasileiro e estrangeiro. O resultado disso são 52 filmes, entre longas e curtas, brasileiros e estrangeiros, que entram para a história, mesmo antes de serem premiados no Festival. Serão exibidos no evento que vai manter o formato do ano passado, com exibições remotas de Gramado, pelo Canal Brasil, pela TVE e também nas redes sociais do Festival.

E é assim que 2021 se coloca como a antessala do cinquentenário do mais longevo festival de cinema do Brasil, ininterrupto, e realizado em uma cidade do interior do país. A ousadia dos criadores é inspiração sempre presente para as seleções de filmes em competição. Diversidade também é sempre uma palavra de ordem, em um país e em um continente tão diversificados, com tantas vozes, tantos rostos e tantas expressões. Sem a pretensão de querer contemplar todos e todas em uma única edição, o Festival de Cinema de Gramado chega aos seus 49 anos ainda como uma vitrine importante, hoje, do audiovisual de várias latitudes. Os diferentes gêneros cinematográficos também ganham espaço.

Nas categorias de longas brasileiros e estrangeiros, foram quase 200 filmes: brasileiros de cinco diferentes Estados e estrangeiros de dez países. Todos inéditos no Brasil, seguem o proposto: apresentar filmes ainda não vistos no país, com ou sem passagem por festivais internacionais. Neste 2021, tem lugar para o drama, a comédia, o thriller, o policial, a ficção científica e com a presença da temática do momento de distanciamento social em função da pandemia.

Do drama social vivido em “O Homem Onça”, dirigido por Vinícius Reis, com atuação intensa de Chico Diaz, à ficção científica realizada por Renata Pinheiro e com marcante presença de Matheus Nachtergaele em “Carro Rei”, os longas- -metragens brasileiros reúnem diversas temáticas. O Alzheimer e a aposentadoria de uma delegada de polícia vivida por Glória Pires estão na construção da densidade temática do drama policial “A Suspeita”, dirigido por Pedro Peregrino; enquanto a busca pela compreensão do universo amoroso, social e humano é a companhia dramática da jovem na trama do gaúcho “A Primeira Morte de Joana”, da realizadora Cristiane Oliveira. Em “Jesus Kid”, Aly Muritiba reuniu Paulo Miklos e Sérgio Marone para colocar na tela um divertido enfoque de romance baseado na obra de Lourenço Mutarelli. Tão envolvente quanto o que a jovem diretora Cláudia Pinheiro apresenta em seu longa-metragem de estreia, “Novelo”, com elenco de atores negros, capitaneados por Rocco Pitanga e André Ramiro, dando o tom aos dramas familiares e sociais propostos pelo inteligente roteiro. E, para finalizar o grupo de longas brasileiros selecionados, tem até o “filme da pandemia”. Aquele que se inspirou, de forma sagaz, nas condições impostas pela difusão da Covid-19, para, com a capacidade criativa de Daniel Belmonte, reunir um elenco de primeira linha, ao lado até de familiares, para construir “Álbum em Família”.

Já no universo dos estrangeiros, Uruguai, Chile, Argentina e Bolívia marcam presença com produções inéditas no Brasil, já tendo passado em algum outro importante festival no exterior. Em um rápido olhar, “Gran Avenida”, de Moises Sepulveda, apresenta dramas de parte da classe média chilena atual; a uruguaia “La Teoría de los Vidrios Rotos” é drama psicossocial, com temática universal; “Plana Permanente” traz olhar do mundo laboral argentino, pelos olhos do diretor Diego Fernández Pujol; enquanto o boliviano “Pseudo”, de Gory Patiño e Luis Reneo, trata de sociedade e governo, em tom de thriller contemporâneo.


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