Debbie Reynolds morre um dia após falecimento da filha, Carrie Fisher

Debbie Reynolds morre um dia após falecimento da filha, Carrie Fisher

Atriz estava ajudando nos preparativos do velório quando teria sofrido um derrame

Correio do Povo

Atriz estava ajudando os preparativos do velório quando teria sofrido um derrame

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A tragédia de uma das mais bem-sucedidas famílias do cinema mundial se aprofundou nesta quarta-feira, aumentando o luto na esfera da Sétima Arte. Uma das últimas remanescentes da Era de Ouro de Hollywood, Debbie Reynolds morreu aos 84 anos, um dia após o falecimento de sua primogênita, a também atriz Carrie Fisher. Conhecida sobretudo pelo seu papel em “Dançando na Chuva”, de 1952, a matriarca foi levada às pressas para o hospital Sinai Medical Center, em Beverly Hills, depois de sofrer um derrame durante os preparativos do velório da intérprete da Princesa Leia.

A família se reunia na casa do cineasta Todd Fisher, o outro filho de Debbie, que, horas após a internação, confirmaria o óbito à imprensa. Em um breve comentário à emissora CNN, ele disse que o estresse gerado pela morte de sua irmã foi grande para todos os mais íntimos, mas, especialmente para a mãe, foi "muito insuportável". "Minha mãe morreu há algum tempo. Ela falou comigo nesta manhã e me disse que sentia falta de Carrie e que queria muito estar com ela. Ela está com Carrie agora, e nós estamos de coração partido", falou.

Nascida para brilhar

Mary Frances Reyonlds, nascida em 1º de abril de 1932, em El Paso, no estado do Texas, firmou-se durante a carreira como uma das atrizes mais populares de seu tempo. Filha de Maxine N. Harmon e Raymond Francis Reynolds, ela se mudou com eles e o irmão Bill para Burbank e rapidamente começou a performar em peças de teatro da escola e até mesmo com a orquestra da cidade. Aos 16 anos, ganhou o concurso de beleza Miss Burbank, capturando a atenção da Warner Bros., estúdio com o qual assinou contrato e o qual a instruiu a adotar o nome artístico de Debbie.

O primeiro filme no qual atuou foi “A Noiva da Primavera”, trama estrelada por Bette Davis na qual fez uma pequena participação. Em 1950, conseguiu um papel de maior destaque no musical “Vocação Proibida". Entretanto, no mesmo ano, percebeu que não teria espaço para crescer e migrou para a MGM, sendo escalada para interpretar Helen Kane em “Três palavras”. A performance lhe rendeu a indicação ao Globo de Ouro de Artista Revelação; apesar de não vencer, seu nome se tornou conhecido na indústria cinematográfica.

Se havia alguém que não a conhecesse, em 1952 Debbie saiu completamente do anonimato e alcançou a fama internacional. Com apenas 19 anos, a jovem deu vida à personagem Kathy Selden no clássico “Dançando na Chuva”, seu trabalho mais conhecido. A atriz participou de muitos outros musicais, como “I Love Melvin”, “Give a Girl a Break” e “The Affairs of Dobie Gillis” (todos de 1953)e Athena (1954). Um ano mais tarde, ela conseguiu um fato inusitado com a canção “Tammy”, da obra “A flor do pântano”: alcançou o topo das paradas de vendas.

Na TV, Debbie estrelou, em 1969 o próprio programa, “The Debbie Reynolds Show,” que durou apenas uma temporada, e também participou de diversos episódios da série de comédia “Will & Grace”, interpretando a mãe de Grace. Reconhecida pela boa voz de cantora, ela iniciou uma bem-sucedida carreira de dubladora com a animação “A Menina e o Porquinho” (1973), que levou adiante na versão americana de “O Serviço de Entregas da Kiki” (1989), “Rudolph – A Rena do Nariz Vermelho” (1998) e nas séries animadas “Rugrats – Os Anjinhos” e “Kim Possible”, onde tinha papéis recorrentes.

A versátil artista conseguiu um fato difícil com a famosa canção “Tammy”, do filme “A Flor do Pântano”, de 1957: alcançou o topo das paradas de vendas. Foi indicada ao Oscar de melhor atriz em 1964 por “A Inconquistável Molly Brown”, na qual vivia uma sobrevivente do naufrágio do Titanic, mas perdeu para Julie Andrews, que brilhou em “Mary Poppins”. Conseguiu ainda uma indicação ao Tony, a premiação mais importante do teatro norte-americano, pela remontagem de “Irene”, de 1973. Em 2015, Debbie foi homenageada pelo Sindicato dos Atores dos EUA por sua filmografia e, no início deste ano, foi a laureada com o Prêmio Humanitário Jean Hersholt, entregue pela Academia a personalidades com contribuições excepcionais em causas humanitárias.

Além das telas, uma vida conturbada

A persona alegre e descontraída vista na televisão e nos palcos escondia uma uma vida cheia de altos e baixos nos bastidores. Em 1955, contra o conselho de Frank Sinatra, um de seus melhores amigos e com quem contracenou em "Armadilha Amorosa", a atriz se casou com o cantor Eddie Fisher, com quem teve dois filhos - Carrie e Todd. Em 1959, o marido abandonou a família para ficar Elizabeth Taylor. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, em 2014, Debbie disse que não guardava rancores de Liz Taylor, pois não “conhecia um homem sequer que conseguisse resistir a ela”. “Era uma pessoa amável, mas você precisava manter seu marido na garagem se ela viesse visitar”, brincou.

Em 1960, ela se casou com o empresário e magnata do ramo calçadista Harry Karl. Viciado em apostas, ele perdeu quase 7 milhões de dólares em jogos, apostas mal feitas e prostitutas. Por conta disso, ela pediu o divórcio em 1973. Em 1985, mais um casamento sem sucesso, desta vez com Richard Hamlett, de quem se separou em 1996. Com anedotas que destacam seu humor de marca registrada, a estrela dos musicais da MGM publicou as autobiografias “Debbie: My Life” (1988), “Unsinkable: A Memoir” (2013) e “Make 'Em Laugh: Short-Term Memories of Longtime Friends” (2015).

Durante anos, a atriz foi uma das grandes colecionadoras de Hollywood. Na sua coleção, estavam o vestido branco que Marilyn Moroe usou em "O pecado mora ao lado" e o traje que desenhado por Cecil Beaton para Audrey Hepburn na cena das corridas de "My Fair Lady" (1964), mas leilou as peças em 2011. Em 1955, Debbie foi uma das fundadoras da "The Thalians", uma organização de caridade voltada a pessoas com problemas mentais. No último ano, a instituição nomeou-a como presidente emérita.

Com uma filmografia que soma mais de 50 produções, a mais recente participação de uma da lenda dos Anos Dourados de Hollywood foi em "Behind the Candelabra", estrelado por Michael Douglas. Durante sua vida, ela nunca escondeu seus fracassos amorosos e sua personalidade única, e foi tema de um documentário produzido pela primogênita, que será lançado em breve pela HBO. O filme traz um retrato aprofundado sobre a relação entres as icônicas atrizes.“É uma história de amor”, comentou a presidente da Seção de Documentários da HBO, Sheila Nevins, à revista Variety após a morte da matriarca. "Carrie queria fazer essa obra para Debbie, e Debbie queria fazê-la para Carrie", completou. Elas se amavam muito, e o elo era inquebrável.




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