Dia Mundial da Poesia com dois lançamentos
As escritoras Lorraine Ramos Assis e Raquel Campos estreiam na literatura nacional com livros de poemas
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Dois livros de poesias para conferir no Dia Mundial da Poesia, nesta terça-feira, dia 21 de março. A data foi implementada na 30. ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1999, com uma forma de incentivar a leitura.
Raquel Campos e Sad trip
Neta de Augusto de Campos, a poeta, ensaísta e professora de literatura presta homenagens e dialoga com ele e outros concretistas históricos em sua obra. Raquel Campos lança “Sad trip” (Corsário), com reflexões da vida adulta com uma linguagem divertida, repleta de construções poéticas, feitas com gírias e expressões coloquiais utilizadas por sua geração.
“Sad trip” também se constrói como uma obra em movimento, sendo composta por diálogos com referências, situações cotidianas, expectativas frustradas e contradições humanas tratadas com um certo humor.
Esse movimento já tem se refletido na circulação da obra: Alvaro Dutra, a quem o livro “Sad trip” é dedicado. Ele gravou um LP contendo cinco poemas de Raquel Campos musicados e o poeta, tradutor e crítico venezuelano Jesús Montoya traduziu onze poemas do livro de estreia de Raquel para a revista eletrônica de literatura Círculo de Poesía.
"Sad Trip inclui questões como a sexualidade feminina, a mudança de cidade e a frustração com os obstáculos mais dolorosos da vida, como a perda, o luto e a inadequação social”, afirma a autora.
Brasiliense, Raquel Campos é poeta, ensaísta e professora de literatura. Atualmente, trabalha como editora na Relatar-se. Foi professora de Teoria Literária da UNESP (2021-2022) e co-organizou o livro “HC 21: leituras de Haroldo de Campos” (7Letras, 2021). Acadêmica, tem pós-doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e doutorado em Literatura pela Universidade de Brasília (UNB).
Lorraine Ramos Assis e O duplo refletido
Livro de estreia da poeta, crítica literária e editora carioca Lorraine Ramos Assis, “O duplo refletido” (Folhas de Relva Edições) usa a hibridez entre a prosa e a poesia para tratar de temas relacionados com memória, violência machista e luto familiar, sob a perspectiva da saúde mental.
A figura do duplo, um clássico na história da literatura, se constrói a partir de uma abordagem misteriosa, quase fantástica, e cheia de camadas em “O duplo refletido”. “O duplo trabalha com a mimese, aquilo que, em paradoxo, magnetiza e repele, as pulsões prementes de desejo e de morte que incorporam um ser materialmente estilhaçado. Esse ser que se separa é o lado oculto, a sombra. Lado que não queremos, mas que nos fita no espelho, sem escapatória”, expõe Luizza Milczanowski em seu texto sobre a obra.
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Com 26 anos, Lorraine Ramos Assis já foi publicada em diversas revistas, jornais nacionais e estrangeiros, tais como Jornal Cândido, Revista Cult, Jornal RelevO, Granuja (México) e Incomunidade (Portugal), entre outros. Também atua como colaboradora no portal São Paulo Review e na Revista Caliban, além de integrar o corpo de poetas do portal Fazia Poesia. Suas principais referências literárias são Denis Johnson, Raduan Nassar, Dia Nobre, Marcelo Labes, Cristina Judar e Ana Cristina Cesar.