Dias de rock clássico gaúcho na praia
Principais cidades do Litoral Norte recebem o projeto ‘Rock RS na Praia’ nos sábados do mês de janeiro
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A festa começou no sábado passado em Tramandaí, quando o grupo Clássicos do Rock, formado por músicos que marcaram época em Porto Alegre nos anos 1980 e 1990, entre eles King Jim (Garotos da Rua), Márcio Petracco, Luciano Albo (Cascavelletes), Felipe Rotta e Fábio Ly (TNT), e depois Os Replicantes fizeram dois showzaços à beira-mar no final da tarde no sábado passado, em projeto batizado de "Rock RS na Praia - A História Não Acabou". Aproximadamente mil pessoas curtiram o espetáculo. Mas a coisa não vai parar por aí, sendo que nos dois próximos sábados ocorrerão apresentações. Primeiro neste dia 21, em Imbé, e depois no dia 28 de janeiro, em Capão da Canoa, sempre à tardinha, e o melhor, absolutamente de graça. O projeto foi criado por King Jim, e financiado pelo Pró-Cultura RS e patrocinado pela Claro.
No show de Tramandaí, Os Replicantes fizeram uma apresentação apoteótica, levantando o público. O show começou ainda com a presença do sol, e só foi acabar já de noite, a escuridão tomando conta. Com 38 anos de estrada, Os Replicantes têm fãs com muito menos de sua idade de carreira. Muitos deles dançaram quase à exaustão em frente ao palco. A vocalista Júlia Barth, na banda há 16 anos, soltou a voz em 20 músicas muito conhecidas do público, passando por “Choque”, Nicotina”, “Sandina”, “Astronauta”, “Hippie-Punk-Rajneesh”, “Censor” e encerrando com “A Verdadeira Corrida Espacial”. Claro, sem esquecer o clássico-mor “Surfista Calhorda”. “Cara, é um privilégio ser a vocalista de minha banda preferida”, disse Júlia, que entrou em Os Replicantes em agosto de 2006. O baixista e um dos fundadores da banda, Heron Heinz, contou que o show foi emocionante. “Aqui é a nossa segunda casa”, destacou ele, lembrando que frequenta Tramandaí há várias décadas.
“Tivemos de nos adaptar aos novos tempos, mas nunca perdendo a essência roqueira. E isso, por incrível que pareça, nos fez ganhar um público novo, gurizada mesmo, contestadora. E ainda o público feminino devido à presença da Júlia”, disse. “Ela foi um achado, a melhor coisa que a gente poderia ter feito", agradeceu. Terminado o show, os músicos de Os Replicantes mostram ser gente como a gente e se perdem no meio dos fãs, de todas as idades e gêneros. Todos querendo tirar uma selfie, pegar um autógrafo com a história viva do Rock Gaúcho.
Neste sábado à tardinha, em frente ao Hotel Samburá, os shows serão da Pata de Elefante e do roqueiro Frank Jorge, autor do clássico gaúcho Amigo Punk. A banda instrumental Pata de Elefante foi fundada em 2004, se projetando nos festivais de música independente nacionais, tendo lançado um álbum homônimo neste mesmo ano. Em 2007 soltaram o segundo trabalho, "Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha". O terceiro disco sairia em 2010, batizado de "Na Cidade", e em 2014 saiu "Julio Rizzo e Pata de Elefante". A banda se apresentará com Reinaldo Megliavachia, Daniel Mosmann e Gabriel Guedes. Já Frank Jorge tocou nos Cascavelletes, estreando em 1986 no Bar Ocidente, e depois seguindo outras parcerias como multi-instrumentista, entre elas com Júlio Reny, no Os Cowboys Espirituais. O sucesso nacional chegou através do videoclipe "Você foi Embora", exibido na MTV, e com música "Eu".
Depois, no dia 28, no Calçadão à beira-mar em Capão da Canoa, ocorre o terceiro e último dia do "Rock RS na Praia - A História Não Acabou", desta vez com shows da Bandaliera e Garotos da Rua. A primeira é conhecida principalmente pelos clássicos "Campo Minado" e "Nosso Lado Animal", surgindo no início dos anos 1980, no Bairro, e teve no vocalista Alemão Ronaldo um de seus expoentes, com a interpretação das composições de Fughetti Luz. E Os Garotos da Rua, que surgiu em julho de 1983, teve o nome inspirado numa música de Carlos Caramez e Sérgio Mello, lançou hits como "Você é Tudo Que eu Quero", "Tô De Saco Cheio", "Meu Coração Não Suporta Mais" e "Eu Já Sei". Certamente irão fazer a galera sacudir Capão da Canoa.