DR em meio a personagens clássicos

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Ana Guasque e Conrado Caputo trazem ‘Amores do Palco’ neste fim de semana ao Theatro São Pedro

Vera Pinto

Conrado Caputo e Ana Guasque se conhecem há 16 anos e dividem a mesma forma de pensar

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A atriz e bailarina gaúcha Ana Guasque assina a concepção, coordenação e direção de “Amores do Palco”, em que divide o palco com seu parceiro de longa data, Conrado Caputo, que conheceu na Escola de Arte Dramática da USP, entre aulas de canto, dança, interpretação e ensaios. Residindo em São Paulo há seis anos, ela traz a comédia romântica que transita pelo universo de autores clássicos, a partir do texto de Luiz Artur Nunes. Com patrocínio da Bradesco Seguros, poderá ser conferida hoje e amanhã, às 21h, e domingo, 18h, no Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/nº). 
Um casal que se separou se reencontra e ensaia uma peça em que interpreta personagens clássicos. Enquanto discute a relação em meio a divergências, amor e mágoas, compreende que se ama e acaba fazendo as pazes. A montagem traz teatro dentro do teatro, tendo como ponto de partida “A Megera Domada” de William Shakespeare, “Pedido de Casamento” de Anton Tchekhov e “Lisístrata” de Aristófanes. Entre risadas, aconchego, brigas e carinhos, o espectador é convidado a adentrar em uma atmosfera vibrante, paródica e burlesca, por vezes irônica, mas repleta de amor e humor. 
A abordagem atual de personagens universais, que se perpetuam há séculos foi o desafio maior encontrado no projeto. Afinal, foram múltiplos os movimentos sociais ao longo do tempo, com suas conquistas a duras penas, que não devem ser desconsiderados. Para Ana Guasque, “é fácil com os textos clássicos derrapar em questões que já superamos hoje ou estamos em vias de superar. O desafio é organizar as palavras de forma a assimilar sem ferir as conquistas”. 
“Quando interpretamos ‘A Megera Domada’, pra mim, já começa pelo termo ‘megera’ para designar uma mulher que não se curva e passa pelo fato dela nunca ser domada. ‘Lisístrata ou a greve do sexo’ se passa num contexto em que as mulheres não tinham direito social e político nenhum. A Grécia estava em guerra e elas através de uma greve de sexo obrigaram seus homens a acabar com o conflito. Este texto poderia facilmente derrapar na mulher como objeto, mas aquelas mulheres foram revolucionárias por acabarem com a guerra, apesar de não terem direito na sociedade antiga”, afirma Ana. 
A concepção de “Amores do Palco” surgiu de um saudosismo da artista em relação à “Comédia dos Amantes”, que fez de 2004 até 2010 com Flávio Bicca e foi uma escola para ela. “Fiquei com vontade de fazer de novo e dar um olhar atual”, diz. Ela tentou montar o espetáculo em 2011 e depois em 2013, surgindo a oportunidade em 2019. Com a pandemia, os planos foram adiados para o final de 2021, com todos os cuidados na retomada das atividades culturais. “Claro que o texto como estava naquela época não cabe mais, e é bom isso, porque tem coisas que não dá pra fazer piada mais”, conclui. Atualmente Ana estuda Direito nas Faculdades Integradas Campos Salles e está desenvolvendo seu primeiro longa-metragem. Também está prestes a realizar um sonho antigo: abrir uma escola de ballet no bairro Alto da Lapa, onde mora. Sua intenção é ter uma escola de formação.

 


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