Drexler finaliza com muitos aplausos a turnê “Tiempo y Tinta”

Drexler finaliza com muitos aplausos a turnê “Tiempo y Tinta”

Cantautor uruguaio encantou o público no Gigantinho na noite deste sábado, 11

Marcos Santuario

“Este é o maior show que já fiz no Brasil”, disse o uruguaio Jorge Drexler para cerca de cinco mil pessoas

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Ele entra no palco do Gigantinho 31 anos depois de lançar seu primeiro disco e já lança: “Este é o maior show que já fiz no Brasil”. O uruguaio Jorge Drexler empolgou cerca de cinco mil pessoas, segundo a produção local, que suportaram a noite chuvosa do último sábado, 11, para despedir-se da turnê “Tiempo y Tinta”. Foi o final de um recorrido que Drexler fez com esta variação do show de seu mais recente trabalho “Tinta y Tiempo”, apresentado ano passado no Auditório Araújo Vianna, resultado também da parceria nacional com a Music Tour.

De branco, o artista entra no palco e já começa a empolgar seu público. Mescla músicas e falas. Faz reflexões para introduzir canções e termina por ser acompanhado pelo coro de fãs a sua frente. Adepto do mundo em constante movimento já avisa: “Se você faz canções durante sua vida e se você muda, as canções também devem mudar”. E o pensamento está entre a música que fala da importância da individualidade e outra que estimula as fusões relacionais. Acompanhado de oito músicos, quatro mulheres e quatro homens, Drexler faz questão de dizer que cada um deles têm um imperdível trabalho individual.

O primeiro duo da noite é intenso, forte e potente com a cantora Alana Sinkëy de Guiné Bissau. Depois vem duetos, envolventes acordes de guitarra para acompanhar a música “Inoportuna”, solo de teclado da pianista Meritxell Neddermann, de Barcelona. Antes de entrar no universo do trap, comentou da presença de Emicida na plateia do show que fez na última quinta-feira em São Paulo. “Se passei por esta prova posso seguir”, brincou. 

Enquanto chovia a cântaros fora do Gigantinho, lá dentro seguia a poesia sonora de Drexler com vários de seus sucessos.“Oh! Algoritmo” deu ainda mais energia ao público;  “Tinta y Tiempo” veio acompanhada da reflexão de que a folha branca muitas vezes ganha a “peleia” entres estes elemento é o autor. E comenta: “Compreendi, na pandemia, que não escrevo sozinho. Escrevo com e pelo outro, vocês”. Ainda teve o talento da nova percussionista Gala, vinda de Mendoza, Argentina, e da cantora madrilenha Miryam Latrece.

O momento “banquinho e violão” foi para o público se deliciar com “Soledad”; “Al Otro Lado del Rio”, oferecida para o jornalista e produtor musical Nelson Motta, presente no show, e faz o público se levantar e aplaudir de pé; e “12 Segundos de Oscuridad”, feita com Vitor Ramil em uma noite em hotel em Porto Alegre.

A esperada “Milonga del Moro Judio” permitiu a Drexler expressar-se sobre o momento atual. “Fiz esta canção há 29 anos, e não podia imaginar que hoje seguiria tão atual, acompanhando os momentos de horrror que vivemos em Gaza e em Israel”, resumiu, pedindo pelos civis na palestina e pelos reféns ainda presos pelo Hammas. “Quero pensar que fiz esta canção para ajudar na empatia e no entendimento de que sem esta compreensão não existe nem paz nem democracia”, finalizou. 

No clima cantou “Bolívia”, homenagem ao país que, em 1939, foi o único a dar exílio a sua família de judeus alemães. Faz ainda homenagem a Mercedes Sosa e Gal Costa cantando “Sea”, e retorna com cinco canções como “bis”, num desejo aparente de não abandonar seu público e nem Porto Alegre: “Sou muito feliz aqui”, festejou, depois de mais de duas horas e meia no palco. 

O fim do show veio mesmo com “Amor al Arte”, e a mensagem: “A pandemia deveria ter nos ensinado que não somos o centro de nada. E há um alívio em não ser o centro de tudo, e sim sermos uma parte do todo”. Depois disso, festa na Cidade Baixa, com pizzaria e bar na Travessa dos Venezianos lotado, para uma última despedida ao artista e sua trupe.


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