Ele vem, nós já escutamos os sinais!

Ele vem, nós já escutamos os sinais!

Alceu Valença está de volta ao Araújo Vianna com "Anunciação", nesta sexta-feira, às 21h

Luiz Gonzaga Lopes

Alceu Valença faz show à noite e fala da forte relação com Porto Alegre

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O músico pernambucano Alceu Valença estava há mais de três anos sem vir a Porto Alegre. A última vinda foi com o Grande Encontro, em 4 de agosto de 2018. E ele está com saudade desta cidade. Vai matá-la com um show hoje, às 21h, no Auditório Araújo Vianna, com sua nova turnê “Anunciação – Tu vens eu já escuto os teus sinais”. A apresentação do comprovante de vacinação é obrigatório para a entrada no evento.

Em entrevista por telefone do seu apartamento no Rio de Janeiro, Alceu contou algumas histórias de sua relação com Porto Alegre. A primeira delas talvez seja a mais surpreendente e foi que a capital gaúcha foi decisiva para a composição de “Anunciação”, música de 1983 do disco “Anjo Avesso”. “Eu estava em Porto Alegre, ia tocar no Gigantinho e comprei uma flauta transversa. Quando voltei para Olinda comecei a caminhar e a tocar a flauta com aquela melodia, passei pelo Mosteiro de São Bento, entrei em casa pelos fundos, com roupas no varal, e aí a minha mulher disse que a música era linda. Ainda não tinha letra. Então comecei a rememorar a caminhada e saiu ‘Anunciação’”, relembra Alceu.

Outras histórias de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul vêm à mente enquanto ele atende o telefone caminhando, mais um hábito de pandemia, caminhar muito e contar os passos do dia no dispositivo, a média é 15 mil, mas chega a 22 mil. “Uma vez eu estava em Porto Alegre e fui com os poetas Mario Quintana e Luiz de Miranda a um lançamento de um livro perto do Hotel Majestic que depois virou uma Casa de Cultura (Mario Quintana). Estava chovendo e entramos no local com o guarda-chuva aberto. Não sei por que motivo não o fechamos e ficamos como os artistas que não fecham o guardachuva no seco”, recorda Alceu. Ele lembra também da primeira vinda ao Sul, aos 15 anos, com uma seleção de basquete infantil de Pernambuco para disputar um Brasileiro em Rio Grande. “Foram dias muito felizes, mas não ganhamos a competição”, revela o músico que tocou mais vezes no Gigantinho e Araújo.

Neste show de hoje, Alceu, de 75 anos, mostrará um panorama das diversas vertentes da sua carreira com quase 50 anos de estrada. Ele alia temas de sua autoria, como “Coração Bobo”, “Táxi Lunar”, “Cavalo de Pau”, “Pelas Ruas que Andei”, “Como Dois Animais”, “Tropicana”, a clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, como “Baião” e “Vem Morena”. O show inclui frevos, baiões, toadas, emboladas e outros gêneros e as duas músicas que estão em alta no mundo pop e das plataformas digitais: “Belle de Jour” e “Anunciação”. “A música ‘Belle de Jour’ já passou de 192 milhões de acessos no YouTube. É o maior pipoco da minha carreira no mundo virtual”, explica. No palco, Alceu Valença estará ao lado de Leo Lira (guitarra), Tovinho (teclados), André Julião (sanfona), Nando Barreto (baixo), Cassio Cunha (bateria).

Sobre a pandemia, Alceu conta que foi um período de parada brusca. “Eu tinha 45 shows marcados no Brasil e 16 na Europa até julho. Para uma pessoas que vive na estrada, tive que rever coisas, comecei a tocar violão diariamente, coisa que não fazia mais. Remexi nos meus textos. Tinha muitas crônicas e poesias do período em que estava na estrada e acabei concluindo um livro. Devo chamar de ‘Crônicas Aéreas’ ou ‘Inacreditáveis Histórias Verdadeiras’, ou ainda outro nome melhor que surgir”, aponta Alceu, sem dizer a data de lançamento. Este Alceu múltiplo que também é cineasta, ator, produtor musical e que coleciona inúmeras virtudes, como a de ser um poeta de um tempo em transformação, é que o público gaúcho terá a chance sempre única de conferir hoje à noite. Ingressos: sympla.com.br.


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