Em meio a homenagens, Detroit prepara adeus a Aretha Franklin

Em meio a homenagens, Detroit prepara adeus a Aretha Franklin

Funeral da artista deve ocorrer em 31 de agosto

AFP

Em meio a homenagens, Detroit prepara adeus a Aretha Franklin

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Detroit se prepara para dar adeus à sua filha pródiga e "rainha do soul" Aretha Franklin, enquanto chovem de todo o mundo homenagens à falecida artista. A diva, que morreu na quinta-feira aos 76 anos após lutar contra um câncer no pâncreas, influenciou várias gerações de grandes cantores com inesquecíveis sucessos como "Respect" (1967), que se tornou um hino para o movimento de direitos civis e das mulheres.

O funeral de Aretha será realizado em 31 de agosto em Detroit, cidade natal da cantora, após dois dias de velório público, segundo informações da imprensa local, que citou fontes da família. A cerimônia fúnebre, restrita a familiares, amigos e convidados, será celebrada no Templo Greater Grace, reportaram a emissora WDUV e o jornal Detroit Free Press. Em 28 e 29 de agosto, os fãs poderão dar o último adeus à cantora em um velório público organizado no Museu Charls H. Wright de História Afro-americana. 

Homenagens na igreja batista de seu pai

Fiéis celebraram a vida de Aretha Franklin na igreja batista de seu pai em Detroit, neste domingo, em uma cerimônia na qual soou sua poderosa voz e não faltaram elogios para a "rainha do soul". O ativista de direitos civis e ex-candidato presidencial Jesse Jackson - com o estado de saúde delicado - recebeu uma ovação de pé depois de se aproximar do microfone para elogiar sua velha amiga.

A igreja batista de New Bethel, localizada em Detroit, tem sido o centro das homenagens a Franklin. "É um dia feliz e triste", disse o pastor Robert Smith Jr no início do culto. "Estamos tristes de que Aretha tenha ido", afirmou. "Estamos felizes de que tenha se libertado das algemas do tempo", acrescentou.

A cerimônia começou com uma apaixonada apresentação de uma menina e foi seguida por uma gravação de Franklin cantando "Precious Lord (Take My Hand)", a mesma canção que interpretou no funeral de Martin Luther King Jr. Franklin gravou o álbum "One Lord, One Faith, One Baptism" na igreja, onde também servia comida a fiéis e pessoas sem-teto em dias de Ação de Graça e Natal. Ralph Godbee, um ex-chefe de polícia convertido a pastor, recordou como uma vez Franklin ligou para se queixar porque um parente seu havia sido maltratado pelo Departamento de Polícia. Disse a ela que ninguém - independentemente de ser seu familiar - deveria ser tratado dessa maneira.

"Existe algo quando a rainha te liga. Nunca estive tão animado na minha vida de ouvir a reclamação de alguém", falou.
Godbee também a elogiou como uma "lutadora pela liberdade" e atribuiu a ela o renascimento da "Motor City" (como Detroit é chamada), o lar da indústria automotiva dos Estados Unidos que progrediu depois de anos de depressão econômica e alta criminalidade.

O pai de Aretha, C.L. Franklin, foi um prominente pregador batista e ativista dos direitos civis, que, em junho de 1963, ajudou King a organizar a "Marcha pela Liberdade" pelo centro de Detroit, dois meses antes da histórica marcha de King em Washington e do discurso "Eu tenho um sonho".

"Cheia de luz"

Do lado de fora da imponente igreja, os fãs colocaram flores, ursos de pelúcia, homenagens escritas a mão e balões com a frase "Você é especial". "Aretha sempre será a minha rainha. Nada mais que respeito!", era possível ler um cartaz decorado com fotografias de jornais em preto e branco do ícone musical em seu auge.

"Aretha, obrigada por fazer desta cidade, deste país e deste mundo um lugar melhor. Sua música me faz sentir cheia de luz", diz uma mensagem assinada "com amor, Anna". "Você sempre estará no meu coração", diz outro. "A sua voz sempre ressoará no meu coração e na minha alma. Ouço-a todo o tempo, me tranquilizando".

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