Em "Mudbound", Mary J. Blige reinventa-se como uma estrela de cinema

Em "Mudbound", Mary J. Blige reinventa-se como uma estrela de cinema

Indicada ao Globo de Ouro, artista vive uma dona de casa no longa da Netflix

AFP

Ela deixou abandonou a aura de diva para fazer papel no épico dramático

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Não foi fácil fazer com que a aura de diva de Mary J. Blige desaparecesse para que ela vivesse sua personagem em "Mudbound". Os muitos críticos que elogiaram sua performance disseram que ela venceu o desafio. A cantora, que intepreta uma dona de casa no longa da Netlfix, contratou um professor de atuação especialmente para se preparar para o papel e disse que a diretora Dee Rees exigiu: "livre-se de Mary J. Blige". "Foi difícil porque ela esteve aqui o tempo todo", comenta a estrela de 46 anos.

Dee Rees "realmente tirou de cena as coisas que eu precisava para me sentir linda, como cílios postiços e coisas estúpidas assim", diz ela, alegando que Florence Jackson, sua personagem, a "libertou". "Ela me deu uma confiança totalmente nova", celebra. Sua aclamada atuação lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante, em cerimônia que ocorre em Los Angeles, no dia 7 de janeiro, bem como ao Screen Actors Guild Awards (SAG), considerado um termômetro confiável para o Oscar, para o qual se espera que ela também seja nomeada. Ela ainda está na corrida ao Globo de Ouro de melhor música: compôs "Mighty River" especialmente para o filme, que faz parte do catálogo do serviço de streaming.

Adaptado do romance homônimo de Hillary Jordan, de 2009, "Mudbound" conta a história épica de duas famílias, uma negra, a outra branca, que vivem lado a lado na América rural durante o período de segregação racial nos Estados Unidos. Ligados pela relação de proprietário e inquilino em uma fazenda compartilhada no Delta do Mississippi, esse elo se intensifica quando os filhos de cada família retornam dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Este western atípico é o trabalho de mulheres; Dee Rees conta com uma equipe pequena, incluindo a diretora de fotografia Rachel Morrison, a maquiadora Angie Wells, a compositora Tamar-kali, a engenheira de som Pud Cusack e a editora Mako Kamitsuna.

Ódio pelo outro

"Eu acho que as mulheres são o centro. Sempre mantemos as coisas juntas, sofremos em silêncio porque devemos, mas somos poderosas", diz Mary J. Blige sos durante uma sessão de perguntas e respostas em Los Angeles após uma projeção do longa. "Mudbound" também é estrelado por Jason Clarke e Carey Mulligan como o casal de fazendeiros Henry e Laura McAllan, Jason Mitchell como o filho mais velho, Ronsel, e Garret Hedlund vive o irmão de Henry, Jamie

No coração do filme, o ódio pelo "outro" pode ser usado como uma maneira de evitar lidar com os próprios problemas. "Quando o ódio se afasta, somos forçados a olhar no rosto e muitas pessoas não querem fazê-lo", analisa a cantora. "É aí que os problemas entram, quando temos medo de olhar no espelho, então espero que este filme faça com que todos se vejam no espelho, porque mostra onde estamos hoje".

Em "Mudbound", esse medo é cristalizado nas reações racistas à amizade que se forma entre Ronsel e Jamie após seu retorno da Europa, mas é um problema que ressoa além da era das leis "Jim Crow", que institucionalizaram a segregação racial, afetando afro-americanos, asiáticos e outros grupos étnicos entre 1876 e 1965. "Este filme nos convida a estudar nosso próprio legado: como chegamos a esta terra e fazemos isso? É o que está acontecendo agora... Porque se nós não fizemos este trabalho de reflexão sobre o que somos como país, permanecemos nos mesmos comportamentos cíclicos ", conclui a cineasta.

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