Emicida pinta Porto Alegre de AmarElo

Emicida pinta Porto Alegre de AmarElo

Entoando palavras de amor, rapper lotou o Araújo Vianna no sábado; apresentação deste domingo tem ingressos esgotados

Brenda Fernández e Caroline Grüne

Entoando palavras de amor, rapper lotou o Araújo Vianna no sábado

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Emicida está em casa. Essa impressão não foi só do público que lotou o Araújo Vianna neste sábado, 1, no primeiro de dois shows do rapper paulistano em Porto Alegre neste fim de semana. Diante de uma multidão, que reuniu gerações, Emicida esbanjou conhecimento da cultura gaúcha – exaltando a importância de artistas como Lupicínio, Rafuagi, Cristal e Oliveira Silveira – e se declarou à cidade. 

A noite foi aberta com “A Ordem Natural Das Coisas”. Ao fundo, os vitrais projetados e as luzes amarelas criaram a atmosfera que levou o público a mergulhar nas histórias contadas por Leandro Roque de Oliveira, no RG. Logo depois, “Quem Tem Um Amigo (Tem Tudo)”, deu a tônica do que seria o início do espetáculo: uma ode às relações e à espiritualidade. Estendendo a emoção do público, que trocava abraços, o setlist ganhou interpretação de “A Amizade”, clássica faixa do grupo Fundo de Quintal. 

Andando pelo palco com uma naturalidade de quem nasceu para estar ali, Emicida ia de um canto a outro, observando o público que lotava o lugar. “Vocês acham que não estou vendo vocês aí do lado? Eu estou sim”, sorria, enquanto se aproximava dos fãs. Em meio a sincera alegria, o artista agradecia o público por ter esperado tantos anos por esse reencontro - a última vez foi há cinco anos. 

Sucessos como “Principia” e “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, presentes no álbum “AmarElo”, de 2019, fizeram o público cantar a plenos pulmões, numa energia que se manteve durante as 2 horas e meia de show. Mas foi em “Ismália”, uma composição carregada de crítica social, um dos auges da noite. E, claro, na música que dá nome ao álbum e carrega um sample de “Sujeito de Sorte” de Belchior. Por vezes esbanjando doçura, por vezes entoando fortes reflexões, a potência da presença do poeta lembrou a de uma entidade.

Para além do álbum que dá nome à turnê, o setlist passou pelos anos de carreira do rapper, uma das maiores revelações do ritmo da década de 2000. Entre elas, a parceria com Pitty “Hoje Cedo” e músicas como “Baiana” e “Madagascar”. Conversando com o público como quem conversa com amigos, antes de cantar o hit “Levanta e Anda”, ele refletiu: “frustre a expectativa desse mundo que nos cerca e seja feliz”.

A banda de Emicida somou e muito à experiência catártica da noite. A interpretação de “Ismália” contou a potência e talento do backing vocal Thiago Jamelão. No instrumental, que transitou entre o rap, o samba e o funk, contou com os instrumentistas Michele Cordeiro (guitarra), Silvanny “Sivuca” (percussão), Jhow Produz (bateria), Rodrigo Digão (teclado) e DJ Nyack.

Em diversos momentos, Emicida rompeu os protocolos e foi ao encontro do público. Em frente ao palco, ele recitou o poema “Súplica”, de Noémia de Sousa, que diz “tirem-nos tudo, mas deixem-nos a música”. O show também ganhou uma pequena pausa para que um garotinho ganhasse um autógrafo do cantor.

Ao fim, o público foi presenteado com um ‘bis’ especial. O centro do palco foi dividido com Cristal, porto-alegrense que é um dos principais nomes do novo rap nacional. Os dois interpretaram “Ashley Banks”, composição da artista gaúcha. 

Antes mesmo de receber o público no Araújo Vianna, Emicida já provocava um alvoroço na cidade. O artista passeou e publicou fotos por locais tradicionais do bairro Cidade Baixa. Em questão de minutos, as redes sociais acumulam registros de fãs com Emicida.


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