Encontro na Feira do Livro debate como reconhecer relações abusivas

Encontro na Feira do Livro debate como reconhecer relações abusivas

Atividade ocorre nesta quarta, a partir das 18h30min, no Salão de Bridge do Clube do Comércio

Chico Izidro

Márcia Kern, Luísa Puricelli Pires e Mariana da Costa Bavaresco falam sobre relacionamentos aparentemente amorosos

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Ocorre nesta quarta-feira, a partir das 18h30min, no Salão de Bridge do Clube do Comércio (Andradas, 1085), a mesa “Relações Abusivas – Uma visão multidisciplinar”. O encontro será conduzido por Márcia Kern, Mariana da Costa Bavaresco e Luísa Puricelli Pires. A chamada do debate é bem clara: “A vida imita a arte e, nesses dois universos, um olhar atento às vezes desnuda o que pode haver de mais perverso por trás de relações que, à primeira vista, são de amor e cuidados extremos. Ciúme, controle e um pouco de briga, temperam qualquer relação amorosa. Será?”, questionam.

Psicanalista membro do Centro de Estudos Psicanalíticos e coordenadora do Mapa de Acolhimento do RS, Luísa explicou que a relação abusiva “é aquela onde predomina o excesso de poder de uma pessoa sobre a outra. O desejo de controlar o companheiro, de ter a pessoa somente para si. E este tipo de comportamento, muitas vezes, começando de forma sutil, acaba ultrapassando os limites, provocando o sofrimento do parceiro”. Ela ressalta que, às vezes, é difícil para uma mulher notar que vive um relacionamento abusivo. “Às vezes a violência é verbal e não física, então a pessoa abusada não identifica. Mas existem sinais fortes, como ciúme e possessividade acima do limite, o parceiro quer ter o controle sobre as ações e decisões do companheiro. O abusador também tende a isolar o parceiro.”

Já a jornalista, militante feminista e poeta Mariana da Costa Bavaresco, falará sobre uma experiência pessoal de um relacionamento de três anos e meio. “Meu ex-namorado era alcoólatra e me agredia, principalmente verbalmente. Eu tinha uma baixa estima muito forte e aceitava tudo aquilo. Por vezes, considerava que era um forte amor, mas estava errada. E eu estava acostumada a ouvir gritos, principalmente de meu pai, que berrava comigo. E em meu relacionamento eu reproduzi a casa.”

A terceira integrante da mesa é Márcia Kern, juíza de direito e mestre em Literatura Brasileira. Ela falará sobre o romance “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, publicado em 1900, passando por obras como “Primo Basílio”, de Eça de Queiróz, e “Otelo, o Mouro de Veneza”, de William Shakespeare. “A história de Bento e Capitu é muito forte, e já fala de violência contra a mulher, principalmente psicológica. E a heroína muda o retrato do destino das mulheres na literatura. Em Primo Basílio, Luísa praticamente morre de inanição. E em Otelo, Desdêmona morre assassinada. Já a Capitu é a protagonista que diz basta!”

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