Escritor italiano Andrea Camilleri morre aos 93 anos
Considerado o "Papa" do romance policial, ele estava internado em estado crítico em um hospital de Roma
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O escritor italiano Andrea Camilleri, "pai" do comissário Montalbano, faleceu nesta quarta-feira aos 93 anos, anunciou o hospital onde ele estava internado em estado crítico desde uma parada cardíaca em junho. "Seu estado, ainda crítico nos últimos dias, piorou nas últimas horas, comprometendo suas funções vitais", anunciou o hospital de Roma em um comunicado, acrescentando que o funeral será realizado de forma privada.
A Itália, porém, espera poder prestar uma última homenagem a esse "Papa" do romance policial. Foi sob a sua caneta que nasceu, em 1994, o famoso comissário Montalbano, amador de boa comida e uma das principais figuras do romance policial europeu. Diretor de teatro e de televisão e roteirista, Andrea Camilleri, se tornou conhecido como romancista tardiamente, mas o sucesso foi avassalador.
O anúncio da morte deste ex-militante comunista provocou uma chuva de homenagens unânimes em toda a Itália e nas redes sociais, onde a mensagem "Ciao Maestro" ("Adeus, Mestre") estava em alta. "Esta é uma triste notícia para a Sicília, que perde seu filho, e para a Itália, que vê partir um magnífico mestre da vida. Adeus Andrea Camilleri, vamos sentir sua falta", declarou o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio (M5S, antissistema).
O outro vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini (extrema direita), elogiou "o incansável narrador de sua Sicília". "Uma voz única e maravilhosa desaparece", escreveu Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrata (centro-esquerda) e irmão de Luca Zingaretti, o ator que interpreta o comissário Montalbano na televisão. "Perdemos muito mais que um grande escritor. Restará para nós a beleza de suas histórias". "Ele ofereceu a Sicília ao mundo", disse o ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, ele próprio um siciliano.