Escritor italiano desiste de ir à Flip por caso Battisti
Antonio Tabucchi classificou permissão de cidadania ao ex-ativista como uma "piada"
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"Não é exatamente por protesto que desisto. É que não tenho vontade de tipos como os que devem chegar ao Brasil (...) que confundam um festival literário com uma sala da Justiça para discutir um caso judicial com um escritor italiano", enfatizou.
Em meados de junho, o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) autorizou a residência no Brasil por prazo indeterminado de Battisti, cuja extradição para a Itália foi negada pelo Superior Tribunal Federal (STF). Com esse visto, Battisti passará a dispor de todos os direitos e deveres dos cidadãos brasileiros, já que, no pedido ao Cnig, mostrou que tem condições de se manter financeiramente com a atividade de escritor e a cobrança de direitos autorais dos livros já publicados.
Condenado na Itália por suposta participação em quatro assassinatos na década de 1970, quando era integrante de um grupo armado de extrema-esquerda, Battisti foi preso no Rio de Janeiro em 2007 e permaneceu detido em uma prisão nas imediações de Brasília até a libertação, na madrugada de 9 de junho. A Itália considera que o Brasil violou os tratados internacionais firmados entre ambos os países e anunciou que recorrerá ao Tribunal Internacional de Haia por este caso.