Espetáculo “Ninguém Sabe Meu Nome” chega ao Teatro Sesc Passo Fundo

Espetáculo “Ninguém Sabe Meu Nome” chega ao Teatro Sesc Passo Fundo

A apresentação, que integra a programação do festival Aldeia Sesc, retrata o dilema de uma mãe preta em falar sobre o racismo na sociedade com o filho

Correio do Povo

"Ninguém Sabe Meu Nome" é interpretado por Ana Carbatti

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O dilema de uma mãe preta em falar sobre o racismo na sociedade com o filho é o ponto de partida da peça "Ninguém Sabe Meu Nome", que chega ao Teatro Sesc Passo Fundo (avenida Brasil, 30) nesta quarta-feira, 4, às 20h. O espetáculo é interpretado por Ana Carbatti e tem direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti. A apresentação integra a programação do festival Aldeia Sesc e, ao seu final, haverá um debate com a participação da socióloga Raissa Imani.

O monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparo. Em meio a isso, o desafio de uma mãe preta de meia idade, Iara, para educar e orientar seu filho pequeno, Menino, diante de uma sociedade que não o reconhece como igual, mesmo em um país, o Brasil, que tem a maior população preta do mundo fora do continente africano. Em cena, Ana Carbatti se multiplica em muitas vozes e corpos, cujas expressões são as premissas do projeto.

"Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo", conta a atriz.

Tudo começa quando ela acorda de um pesadelo onde ocorre o desaparecimento de Menino. A partir daí, começa por questionar sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe: educar seu filho para que se desenvolva como um indivíduo que cresça, floresça e contribua para a sociedade ou despi-lo, ainda em tenra idade, de sua inocência de modo a prepará-lo para o enfrentamento de uma sociedade que não o reconhece como igual. Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, falando através de todos os seus sentidos.

"É urgente refletir e falar sobre o racismo no Brasil e sobre a violência que sofre a população preta, grande maioria no país. É fundamental repensar a história brasileira: um país fundado a partir do massacre violento de muitos, por parte de uma elite privilegiada. Nesse momento, em que vivemos um período de retrocesso político atroz, de guerra psicológica, emocional e moral, é fundamental esse debate no teatro, que é o lugar em que a nossa humanidade ainda sobrevive. E onde ainda é possível um diálogo amoroso" ressalta Isabel Cavalcanti. O espetáculo traz uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta.


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