Espetáculo "Vírgula" chega a Porto Alegre para duas apresentações neste final de semana

A Cia Gente, do Rio de Janeiro, chega a Porto Alegre neste final de semana com o espetáculo "Vírgula", do projeto Brasil sem Ponto Final. Serão duas apresentações: neste sábado, 2, às 19h, e domingo, 3, às 18h, no Teatro do Sesc (avenida Alberto Bins, 665). Os ingressos estão disponíveis na Sympla. O espetáculo também passará por Belém do Pará, Manaus, São Luís, João Pessoa, Campo Grande, Brasília, Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

A montagem, dirigida pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo, é uma experiência sobre o “tempo”; de se fazer e agir por meio de pausas. É dessa perspectiva, aliás, que Paulo sublinhou em "Vírgula" seu subtítulo: uma ode à lentidão.

Nove personagens numa travessia. No percurso, uma gama de desafios que se intercalam entre repetições, silêncios e textos performáticos, sempre em busca da breve respiração de cada "frase cênica". Diante desta ode e o apelo à "pausa", aparece um cenário rizomático potencializando outros enunciados ao reconhecimento da pluralidade de vozes.

É também a partir de Vírgula que o autor inaugura seu terceiro ciclo de produção estética, por meio da célula criativa que denominou de "pausa" - anteriormente, investigou no primeiro° ciclo a "queda” (1999-2011) e, no segundo ciclo, o “desequilíbrio” (2012-2020).

"Paulo cria espaços, além das pausas (as pausas oferecem brechas na dramaturgia e na vida ordinária). Foi um dos grandes momentos pós distanciamento social. Minha alma se abriu por inteiro e me deixei conduzir pelos movimentos, pelos pequenos detalhes, pelo som. Além de promover propostas ético-estéticas, que considero fabulosas, Paulo democratiza o acesso. Enfim, tanto mais. Faço uma pausa para conter o fluxo. Temporariamente...", diz a antropóloga Maria da Consolação Lucinda.

Haverá, também, a oficina "Corpo Memória" neste sábado e domingo, das 14h30min às 16h30min. As arte-educadoras Margot e Sarah Melissa ministram uma oficina em que utilizam o gesto, a palavra e o movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonista as biografias dos participantes. Elas recorrem à descrição textual, imagética, atmosferas rítmicas, cores, afetos e, sobretudo, às aberturas para suscitar experiências interpessoais. 

O coletivo Cia Gente foi fundado em 2012 por Paulo Emílio Azevedo, e atua no campo da dança, da performance, do teatro, da literatura, do audiovisual e de outras expressões, A companhia já conquistou plateias em diversas cidades brasileiras e em outros países (França, Alemanha, Bélgica, Uruguai, Portugal, entre outros).