Exposição em Barcelona destaca influência de Gala Dalí na obra do artista surrealista
Mostra compreende obras emblemáticas e esboços, além de elementos da vida privada do casal
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"Gala Salvador Dalí" é fruto de mais de quatro anos de trabalho entre este museu e a Fundação Salvador Dalí de Figueras, a cidade natal do artista, para reunir mais de 300 peças procedentes de 18 museus e coleções, como o Centro de Arte Georges Pompidou de Paris ou o Museu Dalí de St. Petersburg (Flórida, EUA). A exposição, que poderá ser vista até 14 de outubro, compreende obras emblemáticas e esboços de Dalí com ela como protagonista, mas também elementos da vida privada do casal, como cartas, postais, fotografias, vestidos e objetos pessoais de Gala.
Nas salas da mostra, decoradas com cortinas e um jogo de espelhos que trasladam ao mundo onírico de Dalí, revelam-se escritos de Gala com certo valor literário, assim como imagens dela colaborando no processo criativo de seu companheiro. É "uma mulher que se camufla como musa enquanto constrói seu caminho como artista, uma mulher que sabe consolidar seu mito através de outros", disse Montse Aguer, diretora da Fundação Salvador Dalí.
Nascida em Kazan (Rússia) em 1894, Gala se casou em 1917 com o poeta surrealista francês Paul Éluard, com quem teve uma filha, foi amante do pintor alemão Max Ernst e musa de fotógrafos como o francês André Breton e o britânico Cecil Beaton. Mas sua vida mudou quando conheceu o jovem Dalí, em 1929, e foi viver com ele, tornando-se um casal inseparável até sua morte, em 1982.
"Todos os retratos que Dalí faz de Gala são uma performance de Gala", afirma a curadora da mostra, Estrella de Diego, destacando que alguns estão assinados como "Gala Salvador Dalí". "Gala tem um papel muito maior nas obras do que o que realmente lhe é atribuído. (...) Colabora, cria e pensa com Dalí", acrescenta.