Exposição lança olhar sobre o povo e as transformações em Cuba

Exposição lança olhar sobre o povo e as transformações em Cuba

“Um Autorretrato Cubano”, do fotógrafo José Alberto Figueroa, é a primeira mostra virtual do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, que pode ser conferida até o dia 2 de maio

Correio do Povo

Figueroa também foi testemunha do colapso físico e moral do muro de Berlim no verão de 1990.

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Sucesso em São Paulo e Brasília, “Um Autorretrato Cubano”, de José Alberto Figueroa – fotógrafo cubano considerado um dos precursores da fotografia conceitual - chega ao Rio de Janeiro em formato inédito para temporada online e gratuita, a partir de 1° de abril. A exposição apresenta, por meio das fotografias, um olhar para o povo cubano e para as transformações sociais que mobilizaram o país durante as últimas cinco décadas. “Cuba vive atualmente uma situação política e econômica complexa. Meu trabalho de tantos anos talvez nos ajude a refletir nossa história e aproximar um público internacional da realidade cubana”, comenta o fotógrafo, que completa 75 anos de idade e carrega mais de 50 anos de carreira. Exibida até 2 de maio através do site do Museu de Arte Contemporânea de Niteró (http://culturaniteroi.com.br/macniteroi),  onde ficará hospedada, conta com a curadoria da filha do artista, a crítica de arte Cristina Figueroa. 

 “Pareceu-nos importante gerar uma exposição organizada por percursos temáticos e cronológicos que permitissem ao visitante criar a sua própria narração e pontos de vista sobre o nosso país. Interessa-nos que os brasileiros tenham acesso a um testemunho vivo e sobretudo autêntico. Se ao final da visita o espectador vier com mais perguntas do que respostas, então nosso trabalho terá sido um sucesso”, pontua Cristina. O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc e ainda contará com uma série de lives relativas à mostra, em datas a serem divulgadas.  

Completando 115 anos desde que foram estabelecidas relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, a exposição reúne 69 fotografias, que vão desde a década de 60 até os dias atuais. “Figueroa sempre esteve intimamente ligado à história da fotografia brasileira. Do ponto de vista histórico e documental, seu trabalho tem muitos pontos de contato com outros fotógrafos brasileiros contemporâneos como Walter Firmo, Nair Benedito, Juca Martins, entre outros”, comenta a curadora, que vê a exposição como uma oportunidade de mostrar ao público pela primeira vez a visão sem preconceitos do artista - testemunha ocular, por mais de 50 anos, da realidade e da vida de seu país.

Conhecido por registros que ilustram questões sociais e políticas de Cuba, Figueroa é considerado um dos precursores da fotografia conceitual, tanto em seu país de origem como em toda a América Latina. Discípulo e amigo de Alberto Korda, fotógrafo cubano que se tornou mundialmente conhecido por Guerrillero Heroico - retrato de Che Guevara, em sua obra, o artista mostra seu olhar sobre frases históricas do país. Os registros vão desde os primórdios da Revolução Cubana, quando pôde acompanhar mudanças sociais significativas e controversas, até os tempos atuais, onde muitos cubanos estão divididos entre a saudade do passado, as frustrações do presente e uma perspectiva incerta sobre o futuro. “José passou a fotografar elementos que representavam as reivindicações de sua geração. O ensaio “Exílio”, realizado a partir 1967, é bastante representativo deste período, já que retrata o processo exaustivo da migração de cubanos para os EUA”, pontua Cristina Figueroa.

José A. Figueroa se formou em fotografia na década de 60, quando já trabalhava como assistente no estúdio de Korda. Especializado em publicidade e moda, com o tempo passou a desenvolver uma carreira versátil, atuando, inclusive, como correspondente de guerra em Angola. “A obra de Figueroa é vasta e plural, gerada ao longo de seus 50 anos de carreira, tanto em Cuba como internacionalmente. O recorte curatorial da exposição abrange uma visão mais cronológica das circunstâncias históricas que tocaram Figueroa e representam frustrações, esperanças e utopias da sociedade cubana”, finaliza a curadora Cristina Figueroa.
“Sou um fotógrafo formado na magia da sala escura (laboratório), mas reconheço que o universo digital abre novas e inesgotáveis perspectivas e possibilidades. Acho que a força da imagem às vezes transcende seu formato e no meu caso particular para atingir meu objetivo não tenho problemas até mesmo em recorrer ao uso do celular como é o caso da minha última série "Histórias Diferidas II" em que o que também faço é fotografar uma tela de televisão”, finaliza José A. Figueroa. 

 


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