A transformação social pela escrita em debate na Feira

A transformação social pela escrita em debate na Feira

O domingo da 68ª Feira do Livro de Porto Alegre também teve bate-papo sobre o amor e pautas de antirracismo

Correio do Povo

Doutora em Psicologia Social, Cida Bento, e a coordenadora de Igualdade Racial de Porto Alegre, Adriana Santos, com mediação de Bruna Fernandes Marcondes

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A 68ª Feira do Livro de Porto Alegre recebeu, neste domingo, no Auditório Barbosa Lessa, no Espaço Força e Luz, a doutora em Psicologia, Cida Bento. Eleita pela revista britânica The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade, ela, ao lado da Coordenadora de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Porto Alegre, Adriana Santos e da mediadora  Bruna Fernandes Marcondes, advogada em direitos sociais, participaram do bate-papo “A escrita como veículo de transformação social”. 

A pauta da conversa foi guiada por trechos do livro "O pacto da Branquitude" de Cida, lançado no início deste ano. Abordando temáticas relacionadas ao racismo institucional, além da construção das ideias de raça e gênero, o diálogo foi pautado desde o cerne da literatura até seu impacto e relevância social. "Eu sempre fiquei de ver o que veio para nós negros e para os brancos, como elementos central do pacto da branquitude", contou Cida. 

O domingo de Feira também teve o evento “Amar e ser livre é possível”, com o psicólogo e influenciador digital Marcos Lacerda. Na conversa com leitores, ele falou sobre sua mais recente obra, que leva o título da atividade. Em sua explanação, Lacerda trouxe o tema do autoconhecimento e destacou a importância das pessoas não terem medo de tomar decisões, dentro ou fora de relacionamentos. O autor ressaltou ainda a necessidade da essência ser peça-chave em uma relação, como subsídio da liberdade.

O dia também foi marcado por trazer pautas raciais à roda de debate. Na Sala O Retrato, no Espaço Força e Luz, integrantes do Coletivo de Escritores Negros de Porto Alegre traçaram um panorama da Revista "Um Corpo Negro", que traz explanações em prosa, poesia e relatos dos associados do coletivo. manifestando os seus falares, dialéticas e escrevivências. "Existem muitos escritores negros. O que falta é visibilidade", disse Marieta Silveira, integrante do movimento, se referindo à falta de destaque de obras literárias de autores negros. Já o partícipe Zeca Amaral ressaltou que a literatura é um mecanismo de trazer voz não só a ele, como ao movimento: “A escrita é um lugar de afetação e trocas de sensibilidade. E eu vi nela um corpo  que resiste”, afirmou. 

Segunda na Feira - 31.10.22

Realizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro, o evento trará, na segunda-feira, oficina sobre poesia, bate-papo sobre a história musical de Porto Alegre e homenagem ao jornalista David Coimbra. Confira abaixo a programação completa de amanhã: 

15h - na Sala O Retrato no Espaço Força e Luz: Oficina: O jogo da criação poética tem regras ou não? (1/2), com o poeta e ensaísta Ronald Augusto. As inscrições prévias podem ser realizadas no link https://forms.gle/AGwpbuySFKRmPWRy9.

16h - no Auditório Barbosa Lessa, do Espaço Força e Luz: 100 anos da Semana de Arte Moderna: reflexos do Modernismo na literatura do RS, com Ruben Daniel Méndez Castiglioni, José Degrazia e Luís Augusto Fischer.

17h30min, no Auditório Barbosa Lessa no Espaço Força e Luz: Homenagem ao David Coimbra, com Ivan Pinheiro Machado, Luciano Potter e Juremir Machado da Silva.

18h, no Teatro Carlos Urbim, na Praça da Alfândega: Porto Alegre: uma biografia musical, com Arthur de Faria, Luís Augusto Fischer e Vitor Ramil. 


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