Discussões sobre representatividade negra e diversidade marcam a Feira do Livro

Discussões sobre representatividade negra e diversidade marcam a Feira do Livro

Mesa nesta quinta-feira discutiu a urgência representatividade negra na literatura infantil

Correio do Povo

Sônia Rosa foi uma das atrações da Feira do Livro nesta quinta-feira

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A diversidade tem sido um dos temas centrais da 68ª Feira do Livro de Porto Alegre. Autores negros, indígenas e LGBTQIAP+ integram a programação, oferecendo importantes discussões à sociedade. Uma delas foi destaque nesta quinta-feira, dia 3 – a mesa "A urgência da representatividade negra na literatura infantil: Reflexões e referências” recebeu a escritora Sonia Rosa. O dia foi marcado, também, pela concorrida sessão de autógrafos com o patrono da feira, Carlos Nejar, e pela discussão sobre o luto, com o filósofo, professor, dramaturgo e roteirista Renato Noguera.

Pedagoga e escritora, Sonia Rosa ressaltou a importância da escola como um espaço para o incentivo à leitura e à difusão de saberes ligados à racialidade – colocando o letramento racial como uma saída necessária por meio da educação — na intenção de diminuir o preconceito racial enfrentado desde a primeira infância nas escolas. "A dor do racismo é muito grande para a criança e para a família. É uma dor cruel e  covarde", enfatizou Sonia, que também é orientadora em escola e procura compartilhar com o público algumas de suas experiências e conhecimentos na prática de uma educação plural e afetiva.

Luto em debate

O escritor Fabricio Carpinejar conduziu a conversa com Renato Noguera na mesa "O que é o luto? Depois é nunca". Autor de uma obra sobre o tema, na qual apresenta maneiras de lidar com o luto, além de mostrar que a vida é feita de ciclos e que o fim chega para todos, Noguera fala sobre a perda, sobre como as pessoas passam e podem ser preparadas para esse momento e coloca em pauta a importância de saber estar só e acolher as emoções. "A solitude é uma forma de solidão que a gente consegue conversar com as nossas emoções. Solitude é quando eu consigo ter um encontro comigo mesmo sem ter vergonha", afirmou Noguera.

Monja Coen na sexta-feira

A programação desta sexta-feira reserva um momento dedicado à espiritualidade e à reflexão. Monja Coen realiza a palestra aberta ao público "Como viver o presente a partir de princípios zen", no Teatro Carlos Urbim, às 18h. Ela também vai autografar a obra "Que sementes você está regando", a partir das 19h, na Praça de Autógrafos Gerdau. A sexta ainda contará com a presença de autores indígenas no ciclo O Autor no Palco. Daniel Mundukuru, Auritha Tabajara e Olívio Jekupé integram a programação no Circo dos Mafagafos. 

 


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