Encontro de Feiras de Livros do Mercosul debate democracia e direito à leitura

Encontro de Feiras de Livros do Mercosul debate democracia e direito à leitura

Evento que ocorreu no Espaço Força e Luz contou com a presença de representantes do Ministério da Cultura e diretores de feiras do livro de países da América Latina

Leticia Pasuch*

Da esquerda para a direita: Clarissa Pont, mediadora; Mariana Marinez, coordenadora do escritório do MinC no RS; Fabiano Piúba, Secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC; Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro; Hernán Lopez Winne, da Feira de Editores de Buenos Aires; Adriana Cecilia Ángel Forero, diretora da Colombia e Jéferson Assumção, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MinC

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Neste sábado, dia 28, segundo dia de programação da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, aconteceu o Encontro de Feiras de Livros do Mercosul no Auditório Barbosa Lessa - Espaço Força e Luz. A conversa foi mediada por Clarissa Pont, e a mesa foi dividida entre Mariana Marinez, coordenadora do escritório do Ministério da Cultura no Rio Grande do Sul; Jefferson Assumpção, diretor do livro e literatura do Ministério da Cultura (MinC); Fabiano dos Santos Piúba, Secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC; Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Hernán Lopez Winne, da Feira de Editores (FED), em Buenos Aires e Adriana Cecilia Ángel Forero, diretora da Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo), na Colômbia.

Tabajara Ruas, patrono desta edição da Feira, fez a fala inicial do evento defendendo a fortaleza da democracia. “Esta feira é um fortim da resistência da democracia, e é na democracia que nós estamos apostando, acreditando nos livros”, disse. 

Tabajara Ruas, patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre. Foto: Eduardo Fernandes / Feira do Livro de Porto Alegre

Mariana Marinez salientou que a recriação do escritório estadual do Ministério da Cultura tem o objetivo de ser ponte das políticas públicas, com forte caráter descentralizado, e lembrou que 486 municípios do Estado recursos do governo federal para políticas públicas culturais. “Falar sobre Feira do Livro, falar sobre acesso a cultura, falar sobre nossa reconstrução do plano do livro da leitura são sempre pautas muito importantes”, destacou. Jefferson Assumpção concordou que esse é um recomeço de muitas das articulações do Ministério da Cultura: "Ao voltar, nós estamos voltando às nossas relações com a América Latina como um todo”.

“A nossa intenção é estabelecer um diálogo cada vez maior com escritores livreiros organizadores de feiras do livro para pensar o sistema literário dos nossos países, pensar os eventos mas pensar os processos e as possibilidades de intercâmbio as parcerias possíveis”, completou.

"A retomada do Ministério da Cultura também implica em um desenvolvimento de planejamento das políticas internacionais, internacionalização da cultura e das artes brasileiras tem um aspecto de priorizações territoriais", disse Fabiano Piúba. Ele salientou que, junto à ministra da Cultura, Margareth Menezes, a proposta é estabelecer uma conexão cultural entre os países do Mercosul, criando um circuito de feiras de livro de Porto Alegre a cidades como Buenos Aires, Bogotá, Santiago e Montevideu, com ações conectadas e integradas.

Hernán Lopez Winne debateu sobre as caraterísticas da Feira de Editores (FED), em Buenos Aires, e Adriana Cecilia Ángel Forero sobre a Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo), na Colômbia – nessa, o Brasil será homenageado na edição do ano que vem. Será a terceira vez, depois de 1995 e 2012, que o país estará como convidado de honra da feira colombiana, que é referência na América Latina. Ambos comentaram sobre a importância das feiras como potencializadoras de conhecimento, e que há alguns aspectos que se assemelham com o modelo da feira porto-alegrense, principalmente na busca do contato direto com o leitor e o escritor. 

Adriana salientou que, para oferecer os conteúdos da feira de Bogotá, há um trabalho de caracterização individual do público que a frequenta, com o objetivo de oferecer conteúdos que vão desde gostos e interesses até capacidades econômicas. Em quatro dias, a Feira de Editores atingiu 40 mil vendas de livros, contou Hérnan. De acordo com Maximiliano Ledur, é quase o dobro do resultado da Feira do Livro de Porto Alegre, em proporção de dias, e é uma inspiração para a Capital gaúcha atingir. 

Hernán Lopez Winne, diretor da Feira de Editores (FED) da Argentina, e Adriana Cecilia Ángel Forero, diretora da Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo). Foto: Eduardo Fernandes / Feira do Livro de Porto Alegre

O presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro também lembrou que o mercado editorial brasileiro é hoje formado quase totalmente por pequenas e médias empresas, e que existem características parecidas mercado da América Latina. "Esse formato de feiras e eventos em Buenos Aires e Bogotá podemos trazer para cá", disse. Acrescentou que a ideia de popularizar as feiras objetiva não ter barreiras pra população chegar ao livro, desde o formato das barracas serem mais simples, até características obrigatórias de tamanho. A gente cuida para não criar barreiras para quem vem acessar a rua. Espero que a gente possa replicar esse modelo de feira para outros países", projeta.

A cobertura do Correio do Povo na Feira do Livro de Porto Alegre 2023 é um oferecimento de Banrisul.

* Supervisão de Luiz Gonzaga Lopes


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895