Natalia Borges Polesso autografa "Foi um péssimo dia" na Feira do Livro de Porto Alegre

Natalia Borges Polesso autografa "Foi um péssimo dia" na Feira do Livro de Porto Alegre

Autora lança seu novo livro nesta terça-feira, dia 7, com uma mesa e autógrafos

Leticia Pasuch*

Natalia Borges Polesso rememora a infância pela escrita em seu novo livro "Foi um péssimo dia"

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“Eu acho que lembrar da gente anos antes é um ótimo exercício para se compreender no agora”. A frase que estampa a primeira página do livro da escritora Natalia Borges Polesso, “Foi um péssimo dia”, lançado pela editora Dublinense, introduz a reflexão esperada para quem for mergulhar na sua nova obra, que poderá ser autografada na Feira do Livro nesta terça-feira, às 19h, na Praça de Autógrafos Gerdau. Antes, às 18h, Natalia estará na Vitrine de Lançamentos acompanhada de Renata Wolff, em uma mesa com mediação de Julia Dantas, no Auditório do Memorial do RS (Praça da Alfândega, s/n). 

Natalia apresenta histórias divididas em duas partes – uma dedicada a sua mãe, outra a seu pai – que, em péssimos dias vividos por ambos, as vivências da personagem trazem seus sentimentos e seu olhar na transição da infância para a adolescência. Nesses momentos, a pequena Natalia convive com o irmão mais novo, passa pelo possível divórcio dos pais, percebe os afetos pelas amigas, tudo em meio a dilemas e inseguranças que também definem quem ela é hoje, sendo possível que o leitor enxergue a si mesmo em vários momentos. “Tem um convite da memória, né? Porque ele começa te convidando a se lembrar, lembrar da gente mesmo. Então, eu acho que talvez a pessoa que está lendo se sinta convidada também a fazer o mesmo”.

A escritora, que já tem oito livros publicados e foi vencedora dos Prêmio Jabuti, Açorianos e da Associação Gaúcha de Escritores (AGEs) com “Amora” (Não Editora, 2015), já estava trabalhando há uns meses em uma ideia de escrita voltada à infância. A partir do convite do editor da Dublinense, Gustavo Faraon, começou a produzir a obra, que levou mais um ano. Trabalhar com infância e adolescência fisga o interesse de Natalia, junto com outras temáticas pessoais, como a ansiedade e construção de sentimentos, presente tanto nessa obra quanto no infantil "Formiguinhas" (FTD, 2022) e "O Controle" (Companhia das Letras, 2019), seu primeiro romance, vencedor dos prêmios AGEs e Vivita Cartier.

Rememorar sua infância por meio da escrita foi se encontrar em aspectos que ainda se identifica com a Natália daquela época, ela conta. O processo foi, também, de autoconhecimento. "Acho que a Natalia hoje, apesar de saber bastante quem é, ainda tenta se descobrir", diz. Em sua autoficção, ela explora recortes de momentos reais vividos pela personagem/autora e certos momentos ficcionais. "É um péssimo dia, mas também é o dia que ela descobre a fragilidade da mãe, é o dia que ela tem uma conversa com um irmão, é o dia que ela se apaixona. É um péssimo dia, mas é meio que um doce-amargo, né?", reflete.

Natalia diz que hoje tem uma boa relação com sua família, e brinca que sua irmã mais nova exigiu uma continuação da obra para ser citada na história. “Aí eu falei ‘Ah, então vai ser um ótimo dia’”, ri. “Estou curiosa para saber como vai ser a reação deles ao ler os livros”, diz.

O exercício de explorar recordações  é constante na vida de Natalia, com a construção de personagens e psiques infantis e seus sentimentos. “Acho que tenho vontade de trabalhar isso nessa perspectiva desde que comecei a pensar em literatura, então é uma coisa que me acompanha. E trabalhar com memória, nesse sentido de repensar a gente, eu acho, que dá esse mergulho, como eu falo no início do livro. Eu acho que é um excelente exercício de verdade, como escritora, de pensar nesses caminhos que a gente trata e retraça”.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:

Período da Feira 
De 27 de outubro a 15 de novembro, na Praça da Alfândega, no Centro Histórico
Horári: das 10h às 20h, todos os dias de evento

*A cobertura do Correio do Povo na Feira do Livro de Porto Alegre 2023 é um oferecimento de Banrisul

*Supervisão de Luiz Gonzaga Lopes


Correio do Povo
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