Painel sobre independência do Brasil no feriado de Feira

Painel sobre independência do Brasil no feriado de Feira

Paulo Rezzutti, Rodrigo Trespach e Rafael Bassi falaram sobre o bicentenário da independência do Brasil nesta quarta

Correio do Povo

Mesa sobre o bicentenário da Independência do Brasil nesta quarta na Feira do Livro

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Com o objetivo de desmistificar os eventos do dia 7 de setembro de 1822, a Feira do Livro de Porto Alegre promoveu neste feriado um painel para tratar dos duzentos anos da independência do Brasil. No Auditório Barbosa Lessa do Espaço Força e Luz, o evento, mediado pelo historiador e professor Rafael Bassi, contou com a participação de Paulo Rezzuti (Independência: A História Não Contada: A Construção do Brasil: 1500-1825) e Rodrigo Trespach (Às Margens do Ipiranga). Na pauta, estavam os simbolismos da data, e bastidores da Declaração de Independência do Brasil.

Bassi trouxe à baila assuntos como a consolidação da independência, identidade nacional e o pouco entendimento do brasileiro sobre o processo de ruptura dos laços coloniais do país em que se vive. Trespach disse que tenta trazer em sua obra um passeio narrativo no processo histórico, mas com foco na viagem final que definiu o futuro do Brasil. "Dom Pedro faz uma importante viagem do Rio de Janeiro para São Paulo e depois para Santos. Tento trazer, sempre com base nos jornais e relatos da época, a construção desse processo", disse.

No quesito dificuldade de entendimento da independência nacional pela população,  os autores entendem que se deve, em parte, aos estudos realizados pelas universidades. "A academia traz consigo a linguagem técnica. Passar o que é produzido na academia para o público comum é fundamentalmente o que falta", analisou Rezzuti. Rodrigo destacou que a pesquisa e os fatos devem tornar-se conhecimento, sendo necessário um processo de universalização dos conteúdos básicos de entendimento. "A finalidade da academia é pesquisar, mas se ela não tornar isso público, se torna algo inútil. As universidades falham em aproximar o público não acadêmico", criticou.

Oficina e clichês

Ainda nesta quarta-feira, foi ministrada a oficina "Tudo contra os Clichês!", por Cíntia Moscovich, na sala O Retrato, no Espaço Força e Luz. O evento teve alta adesão do público, abordando questões sobre o como melhorar a escrita e fugir dos clichês. Cintia iniciou sua explanação desconstruindo os clichês não só nas redações, como também na vida. "O clichê desvaloriza automaticamente o texto", disse a autora. Ao final do evento, foi distribuída uma atividade de escrita ao público. A oficina ocorre em dois dias, sendo a segunda parte realizada no próximo sábado, dia 5.


Atrações da Feira nesta quinta-feira (3)

Realizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro, a feira terá painel sobre a representatividade negra na Literatura Infantil e bate-papo sobre o luto com Fabrício Carpinejar nesta quinta-feira. Confira abaixo alguns destaques da programação de amanhã: 

13h30min, na sala O Retrato no Espaço Força e Luz: A urgência da representatividade negra na Literatura Infantil, com Sonia Rosa. 

15h, na sala O Retrato no Espaço Força e Luz: Oficina de escrita e escuta feminiSta (1/2), com Mariam Pessah. As inscrições são prévias e podem ser realizadas neste link. 

16h, no Auditório Barbosa Lessa no Espaço Força e Luz: Memórias que se transformam em livro, com Fernanda Moro e Diego Dorneles Gonçalves. 

17h30min, no Auditório Barbosa Lessa no Espaço Força e Luz: O que é o luto? Depois é nunca!, com Renato Noguera e Fabrício Carpinejar. 

18h, no Teatro Carlos Urbim, na Praça da Alfândega: Entre prosas e versos, com Mário Terres e Fabio Malcorra.


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