Festival Avante conecta gerações e estilos em mais de 20 horas de música

Festival Avante conecta gerações e estilos em mais de 20 horas de música

Evento recebeu 4 mil pessoas durante dois dias em Porto Alegre

Brenda Fernández e Matheus Chaparini

publicidade

Com mais de 20 horas de música, o FV 4° DISTRITO recebeu 4 mil pessoas nos dois dias de Festival Avante, ocorrido em 11 e 12 de novembro. No primeiro dia, o público vibrou com nomes como Deize Tigrona e Chernobyl, Karina Buhr, Tom Zé e a banda baiana Àttooxxá, indicada ao Grammy Latino 2023 e que apresentou seu pagodão baiano aos gaúchos. 

No domingo, uma tenda foi colocada na pista para receber o público com mais conforto; nos palcos, o encontro de Da Guedes e Cristal, da gaúcha T.E.M. com Di Melo, a DJ Badsista, FBC, um dos principais nomes do rap nacional, e TechnoBrass, uma das atrações mais aguardadas do Avante. Apesar da chuva, o público dançou até o final nos dois dias de festival.

O diretor artístico do Avante, Gabriel Cevallos, faz um balanço da primeira edição. "A conexão de diferentes gerações, um dos nossos principais diferenciais, se deu no público, no palco e fora dele, com trocas de experiências entre artistas como Ramemes e Tom Zé, Karina Buhr e Deize Tigrona nos bastidores, por exemplo. Mesmo com a chuva, Porto Alegre acolheu o Avante e apostou na diversidade de ritmos e no encontro entre públicos, tendo a música como principal elo de ligação", afirmou.

Tom Zé, a performance do amor pela música

Tom Zé era a presença mais aguardada do primeiro dia do Festival Avante, no sábado. Não se falava em outra coisa. Até mesmo a chuva torrencial que cobria Porto Alegre deu uma pausa para o baiano brilhar. Assim, o público desfilou a malemolência ao som de "Xique-Xique", "Tô" e "Hein". Mas também teve quem preferiu assistir quase imóvel a lenda da música brasileira performar no palco. O samba de amor bem humorado "Augusta, Angélica e Consolação" ganhou um lindo coro. A diversidade do público deixou o momento ainda mais especial, e confirmou que a obra do artista é cantada por diferentes gerações.

Mesmo em um palco espaçoso, Tom Zé construiu um ambiente quase intimista para a apresentação. Entre as interpretações de músicas que desfilam sua extensa obra – mais de 20 álbuns – construiu um diálogo com o público sobre as composições e 'causos' que guarda com carinho. 

Di Melo e FBC “engravidam corações” na segunda noite

“Porto Alegre, vocês engravidaram meu coração”, bradou emocionado Di Melo, em meio a rasgados elogios e declarações de amor à cidade e a seu público. A frase é uma referência ao disco “Ah! É de engravidar o coração”, lançado por ele em 2018.

O cantor participou do show da banda Trabalhos Espaciais Manuais, na segunda noite do festival Avante. Di Melo apresentou suas músicas mais conhecidas, como “Kilariô”, “Pernalonga” e “A vida em seus métodos diz calma”, em uma parceria que já se repetiu em outros festivais.

Na segunda noite do festival, uma tenda foi montada em frente ao palco, em função da chuva que caía em pancadas inconstantes. 

De 'sobrim' pra 'padrim'

Quem também subiu no palco principal do Festival Avante foi o músico mineiro FBC, com o show de seu mais novo álbum, “O amor, o perdão e a tecnologia irão nos levar para outro planeta”. O disco é o mais fora da curva dos cinco trabalhos já lançados por FBC. Fora da curva do próprio artista, que já havia lançado músicas de diversas vertentes do rap e do funk, e agora apresenta um som que viaja pelos caminhos da dance music.

O público mostrou conhecer mesmo as letras das novas músicas. Na reta final, o show esquentou ainda mais. Em clima de baile funk, FBC cantou “Delírios”, improvisando versos de “Rap do Silva”, de Bom Rum, e “Eu só quero é ser feliz”, de Cidinho e Doca. O público pulava na pista e o rapper puxou um “quem ficar parado, vai tomar um tá ligado”.

Na sequência, o Padrim, como é conhecido, cantou duas de suas músicas mais conhecidas, “Se eu não te contar” e “De Kenner”. O povo da pista sentiu falta apenas do clássico “Se tá solteira”. Como o cantor não voltou para o bis, o coro puxou a canção em vozes e palmas.

Se Di Melo estava apaixonado por Porto Alegre, FBC estava apaixonado por Di Melo. Durante o show, o rapper cantou versos do cantor pernambucano como “ele que dizia que queria morrer doce quando o mundo acabasse em mel” e repetiu a frase “vocês engravidaram meu coração”.

FBC contou que é muito fã do “Imorrível” e que o conheceu nos bastidores do festival. “Eu sempre quis ser grande igual ao Di Melo”, disse. “O senhor que é o ‘padrim’, eu sou o ‘sobrim’”, completou.

No meio do show, FBC pegou uma bandeira da Palestina, sob aplausos do público. “Se você está do lado que oprime e que coloniza, ã ã, aqui não”, disse em breve discurso em defesa do povo palestino.

O encerramento da noite ficou por conta da brass band carioca TechnoBrass. Com metais, percussão e elementos eletrônicos, eles fazem um som que flerta com a rave, a fanfarra e os bloquinhos de rua agitou o público sob a chuva até o fim do festival.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta quarta-feira, dia 1 de maio de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895