Festival de Sundance quer mobilizar e provocar sobre mudanças climáticas

Festival de Sundance quer mobilizar e provocar sobre mudanças climáticas

Pela primeira vez em 33 anos, evento terá uma seção dedicada a um tema de grande atualidade

AFP

"An incovenient truth" mostra o ex-vice-presidente americano Al Gore enquanto faz uma campanha a favor de um futuro sustentável

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O Festival de Sundance, meca do cinema independente na qual surgem joias que reaparecem no Oscar, começa nesta quinta-feira enfatizando a questão das mudanças climáticas. Criado pela lenda do cinema Robert Redford em 1985, o evento anualmente acontece nas montanhas do estado norte-americano de Utah, e nesta edição conta com 118 filmes. "Nosso festival demonstra que a arte pode mobilizar, provocar e conectar as pessoas através do mundo", disse Redford, de 80 anos, em um comunicado.

A projeção de "Manifesto", no qual a estrela australiana Cate Blanchett interpreta 13 personagens diferentes recitando célebres manifestos artísticos, será um dos pontos altos do festival, que termina em 29 de janeiro. O francês "The Yellow Birds", de Alexandre Moors, sobre dois soldados no Iraque que enfrentam as consequências de uma horrível tragédia, põe em cena Alden Ehrenreich ao lado de Toni Collette e Jennifer Aniston. "A Ghost Story" de David Lowery também é um dos filmes mais esperados. No elenco, estão Rooney Mara e Casey Affleck, que acaba de ganhar um Globo de Ouro por seu papel em "Manchester à Beira Mar", que foi lançado internacionalmente na última edição do festival.


Pela primeira vez, Sundance terá uma seção dedicada a um tema de grande atualidade, as mudanças climáticas, com 14 filmes programados. "Meu compromisso pessoal contra as mudanças climáticas começou há mais de 40 anos", ressaltou Redford. "Se queremos evitar os piores cenários devemos atuar de modo audaz e imediato, da mesma maneira que ante a indiferença, a apatia e a oposição", acrescentou.

"An Inconvenient Sequel" é a sequência, dez anos depois, do documentário de Al Gore sobre o meio ambiente "An Inconvenient Truth" (2006), e que apresenta em imagens as consequências do aquecimento global. Realizado por Bonni Cohen e Jon Shenk, o filme acompanha o ex-vice-presidente americano enquanto faz uma campanha a favor de um futuro sustentável para a Terra.

Redford costuma repetir que o festival deve ficar fora da política, mas trata-se de um preceito difícil de se cumprir a poucos dias da entrada do republicano Donald Trump na Casa Branca, principalmente porque o magnata negou que as mudanças climáticas sejam reais. Por isso será exibido o documentário "Trumped: Inside the Greatest Political Upset of All Time" (Trumped: por dentro da maior virada na política de todos os tempos), que oferece uma visão dos bastidores da surpreendente vitória do presidente eleito sobre a democrata Hillary Clinton.

Outros títulos selecionados abordam assuntos como a morte não explicada da rainha de concurso de beleza americana JonBenet Ramsey aos seis anos, em 1996, assim como a queda do jornal online Gawker, processado por publicar um vídeo sexual do ex-lutador e ator Hulk Hogan. A crise na crise na Síria e o grupo extremista Estado Islâmico também assuntos de debate das produções para as telonas.

Nos últimos anos, filmes que estrearam no festival ganharam elogios da crítica, e muitos diretores, como Quentin Tarantino e Steven Soderbergh, construíram sua reputação lá. Revelações recentes do festival que provaram ser grandes sucessos de crítica incluem "Indomável sonhadora", "Whiplash - em busca da perfeição", "Swiss army man" e "O diário de uma adolescente".

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