Festival ‘Rastros de Verão’ começa neste sábado
Evento literário segue até 2 de abril
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Setenta escritores e cinco livrarias de Porto Alegre integram as programação do Festival "Rastros de Verão", com realização entre 5 de março e 2 de abril. Depois de uma pausa em 2021 em função da pandemia de Covid-19, a terceira edição irá comentar e promover leituras da produção literária de 2020 e 2021.
Idealizado para homenagear a memória de João Gilberto Noll (1946 - 2017), a abertura do Festival, neste sábado, dia 5, às 16h30min, na Livraria Taverna, no térreo da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736), contará com a participação do biógrafo de Noll, o jornalista Flávio Ilha, e da pesquisadora Aline Costa. Eles abordarão a temática do erotismo na obra do escritor homenageado. Para Flávio Ilha, "erotismo e Noll são uma coisa só. Desde livros muito políticos, caso de “A fúria do corpo”, até escritos mais alegóricos, como “Canoas e marolas”, o sexo está muito presente, e é sempre uma pulsão de vida, uma espécie de contraponto a personagens tão sofridos, tão baratinados com a vida. Diria até que sem erotismo a literatura de Noll não sobreviveria", detalha o jornalista.
A programação gratuita do festival será realizada nas livrarias Baleia (Fernando Machado, 85), Bamboletras (Lima e Silva, 776), Cirkula (Osvaldo Aranha, 522), Padula (Fernando Machado, 997) e Taverna. O evento observará todos os protocolos da Covid-19 e os locais terão sua capacidade de lotação restrita. Ainda neste dia 5 de março, às 17h30min, serão feitas leituras por Moema Vilela, Pedro Dziedzinski e Juliana Maffeis. Às 18h, terá bate-papo com Jeferson Tenório e Taiasmin Ohnmacht.
HOMENAGEADO - Nos últimos cinco anos, a obra de João Gilberto Noll vem sendo traduzida e editada em diversos países, como EUA, França, Argentina e Israel. Entre as traduções estão os livros “Lorde", “Harmada” e “O quieto animal da esquina”. Vencedor de cinco Prêmios Jabuti, Noll ganhou notabilidade com publicações como "O Cego e a Dançarina", "Hotel Atlântico" e "Harmada" (1993).
Para a biografia de Noll, “João aos Pedaços”, Flávio Ilha teve acesso a cartas e documentos pessoais, cedidos pela família e amigos. O autor de “Harmada” era reservado e avesso à vida social. Nascido em Porto Alegre, em 1946, lançou 19 livros em 37 anos de carreira, traduzidos para o inglês, espanhol, francês, italiano e hebraico. Em 1969, transferiu-se para o Rio de Janeiro, morou em São Paulo alguns meses, de onde fugiu devido à perseguição da polícia política da ditadura, e regressou à capital gaúcha em 1986, onde morreu em março de 2017.