Filho desaparecido e uma nação protegida nas telas

Hoje é daqueles dias de estreias em que os cinemas acabam recebendo, em sua maioria, um único filme em suas telas. Mas, mesmo que “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” seja a estreia mais esperada, vale tratar aqui também de uma produção brasileira que merece destaque. Trata-se de “A Mãe”, longa-metragem brasileiro dirigido por Cristiano Burlan. Este gaúcho radicado em São Paulo já mostrou seu filme no festival de Málaga, na Espanha; no 50º Festival de Gramado, no de Vitória e na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. 

Na trama de “A Mãe”, a dramaticidade acontece sobretudo em um bairro pobre da capital paulista, o Jardim Romano, a atriz Marcélia Cartaxo, vive Maria, uma mãe que luta para encontrar o filho adolescente, desaparecido após uma abordagem policial. A temática poderia ser universalizada, mas ganha contornos brasileiros ao focar em situações sociais e políticas que remetem à violência policial e a um certo descaso com o jovem de periferia e sua família trabalhadora por parte do aparato governamental. O talento de Marcélia Cartaxo, já premiada com o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, ressurge intenso no filme de Burlan, e lhe rendeu o Kikito de Melhor Atriz na recente edição do Festival de Cinema de Gramado, bem como o reconhecimento na mesma categoria na edição 2022 do Festival de Cinema de Vitória.

A outra estreia, já alardeada aos quatro ventos é do blockbuster que ocupa a maior parte das salas de cinema do Brasil. Depois das pré-estreias que aconteceram ontem pelo território nacional, “Pantera Negra - Wakanda Para Sempre” ganha definitivamente os cinemas, mostrando a força deste segundo filme dirigido pelo norte-americano Ryan Coogler. A produção mostra a rainha Ramonda, vivida por Angela Bassett, reunindo um grupo para proteger sua nação das potências mundiais que intervêm após a morte do Rei T’Challa.